Bolsonaro sofre sucessão de derrotas e sua base entra em atrito
A primeira sessão do Congresso do ano, realizada nesta quarta-feira (5) à noite, foi marcada por gritos e troca de xingamentos entre o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Esse foi apenas um fato do inferno astral vivido pela base aliada de Bolsonaro após uma sucessão de derrotas no Congresso.
Publicado 06/06/2019 10:55
Na Câmara dos Deputados, foi aprovado em dois turnos a PEC do Orçamento Impositivo, que obriga o governo a executar as emendas das bancadas. Um destaque apresentado pelo PDT retirou a exclusividade do presidente em apresentar projeto de lei para definir condições para a repartição, com estados e municípios, dos leilões do pré-sal.
O governo ainda sofreu outra derrota com o adiamento da votação na Comissão Mista do Orçamento da aprovação do crédito extra de R$ 248 bilhões.
Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), parlamentares da Oposição e de partidos aliados ao governo de Bolsonaro se recusaram a dar um “cheque em branco” ao Executivo.
“Queremos transparência. O governo de Bolsonaro é mestre em fake news. Nós queremos deixar claro que o recurso do PLN tem que recompor o dinheiro que Bolsonaro cortou da educação, o Minha Casa, Minha Vida, que está parado, o Bolsa Família. Queremos deixar claro quanto vai para recompor esses programas”, explicou.
A Câmara ainda aprovou a PEC que endurece os prazos de tramitação de medidas provisórias. O texto voltará ao Senado para ser reanalisado. A proposta foi aprovada com amplo apoio do plenário.
A oposição também protocolou requerimento para a criação da CPI das Fake News. Caso seja instalada, será mais desgaste para Bolsonaro e seus aliados no Congresso.
A sucessão de derrotas foi coroada com a briga entre o senador Major Olímpio e Joice Hasselmann. Ele acusou a sua correligionária, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e Davi Alcolumbre (DEM-AP), de não cumprirem acordo para a retirada do veto à participação de policiais ferroviários federais e agentes penitenciários no Sistema Único de Segurança Pública.