Jandira Feghali: PEC da Previdência retira do pobre e favorece banco

A líder da Minoria da Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), diz que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência que chegou nesta quarta (20) ao Congresso apresenta “muitas maldades” contra a população.

Por Iram Alfaia
 

Jandira Feghali - Richard Silva/PCdoB na Câmara

A deputada diz que a proposta não combate aos privilégios. “Essa reforma retira direitos dos mais pobres, para favorecer os grandes bancos. Não mexe com sonegação, não mexe com o grande capital e favorece o sistema financeiro contra os mais pobres”.

Para a parlamentar, o regime de capitalização é a essência da PEC. “O que ele é? É quando você pega a aposentadoria do servidor público ou mesmo do regime geral, que tem o teto do INSS, e joga nos bancos privados, que usarão esse dinheiro com contribuição definida, ou seja, você sabe com quanto contribui, mas não sabe com quanto se aposenta”, explicou.

Feghali diz são as chamadas aposentadorias de risco. “Você sai de uma previdência segura, redistributiva, intergeracional e cai nos bancos, na previdência aberta, que certamente terá um teto mais baixo e cairão dentro do regime bancário, que é o centro dessa reforma”, afirmou.

Perversidade

Segundo ela, as mulheres são duramente atingidas. “Diferença de idade está apenas no regime geral, mas se olhamos mulheres rurais e mulheres professoras, a idade é a mesma. As mulheres rurais têm jornada extenuante e o tempo de contribuição aumentado”, explica.

Outra perversidade, na opinião da parlamentar, é sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago às pessoas pobres com deficiência e ao idoso com 65 anos. A proposta reduziu o pagamento para esse contingente de um salário mínimo para R$ 400. “Só alcançará um salário mínimo depois de atingir 70 anos”, diz. 


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