Bolsonaro será recebido em Davos com escrachos e protestos

Antes mesmo de chegar em Davos, o presidente extremista brasileiro Jair Bolsonaro já era aguardado com protestos; um cartaz com as fotos do premiê israelense Benjamin Netanyahu e Bolsonaro com os dizeres "Não são bem-vindos" emergiu nas manifestações de praxe que precedem o Fórum Internacional; será a primeira viagem internacional de Bolsonaro como presidente eleito.

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Arauto da globalização, o Fórum  é um encontro anual que reúne investidores, economistas e empresários super-ricos com autoridades de vários países e alguns organismos internacionais. O Fórum não é deliberativo, funciona apenas como uma vitrine para difusão das ideias dominantes das principais correntes liberais que controlam as economias capitalistas.

O Fórum é promovido por uma fundação suíça com status de consultora das Nações Unidas. Este ano, ele acontece de 22 a 25 de janeiro e dedicará boa parte de suas mais de 350 sessões a debater a democracia, o avanço do autoritarismo e a liberdade de imprensa. Justamente os temas mais espinhosos para Bolsonaro, já que suas atitudes e declarações levaram a imprensa mundial a retratá-lo como ele realmente é: autoritário, antidemocrático e crítico contumaz da imprensa. Algumas de suas primeiras ações de seu governo, ameaçando comunidades indígenas e enfraquecendo os instrumentos de preservação ambiental devem alimentar ainda mais os protestos contra o ex-capitão brasileiro na Suíça.

Como ocorre todos os anos, paralelamente ao Fórum oficial, a pequena cidade suíça acolhe fóruns paralelos e muitas manifestações. Neste ano, autoridades em Davos autorizaram o protesto de um grupo de jovens socialistas contra o presidente dos EUA, Donald Trump (que desistiu da ida a Davos, e o mandatário brasileiro Jair Bolsonaro.

Julia Baumgartner, secretária-geral dos Jovens Socialistas da Suíça, disse no dia 10 de janeiro que seu grupo estava "muito animado" com a ocasião.

Ela afirmou que espera não mais do que 150 a 200 pessoas porque a manifestação será em um dia da semana, quando as pessoas estão no trabalho e na escola. O protesto é para mostrar oposição a Trump, a Bolsonaro e as elites ricas reunidas em Davos, disse ela.

Uma manifestação similar foi proibida em 2018 por conta de fortes nevascas — segundo a organização.

O protesto acontecerá no dia 24 de janeiro e as autoridades afirmaram que a população tem direito ao protesto pacífico e à liberdade de expressão. No entanto, foi ressaltado que a autorização pode ser cancelada caso haja alteração no esquema de segurança ou piora das condições climáticas. A segurança é pesada durante o evento anual, o que faz com que muitas vezes só a imprensa veja as manifestações.

Da redação, com agências