Previdência: equipe de Guedes se desentende com “time” de Onyx

Em notas publicadas nesta quinta-feira (27), a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, informa que integrantes da equipe econômica de Jair Bolsonaro (PSL) disseram que desentendimentos com o time do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), estão atrasando a definição do projeto do novo governo para a reforma da Previdência

onyx lorenzoni - Agência Brasil

Segundo a coluna, integrantes da futura equipe econômica atribuíram nos últimos dias a desentendimentos com o time do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), parte da responsabilidade pela demora na definição do projeto do novo governo para a reforma da Previdência. "Arestas em discussões técnicas sobre as mudanças nas aposentadorias retardaram o avanço da equipe, diz um deles. Também não há consenso sobre a melhor estratégia para ganhar celeridade no Congresso", diz a coluna.

"Um dos obstáculos que apontam é a necessidade de incorporar sugestões dos irmãos economistas Arthur e Abraham Weintraub, que trabalham com Onyx e defendem um sistema batizado como fásico, com benefícios menores para quem se aposentar mais cedo e com pouco tempo de contribuição", afirma uma das notas do Painel.

A explicação é também de ordem intelectual: "auxiliares do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tiveram dificuldade para compreender a proposta dos irmãos, que colaboram com Bolsonaro desde a campanha eleitoral, mas aceitaram adotar alguns aspectos no projeto final."

PSL também reclama

Em meados de dezembro, deputados e senadores da sigla de Bolsonaro também externaram irritação com Paulo Guedes, que ainda não apresentou datas nem uma proposta concreta para as mudanças na aposentadoria.

Os parlamentares eleitos pelo PSL reclamaram sobretudo da pouca assertividade do futuro chefe da economia, da falta de perspectiva na relação com o Congresso e por se sentirem escanteados pela equipe de transição.

Para acalmar os ânimos, o guru econômico de Bolsonaro afirmou que ainda não há consenso pois nem mesmo o presidente eleito deliberou sobre o assunto, inclusive, em relação à aposentadoria dos militares.

A temperatura política e os erros em série cometidos pela equipe de Bolsonaro até aqui indicam que não será nada fácil o início do governo.