Cuba, Venezuela e a China

 Por Aluisio Arruda*

Bolsonaro recebe assessor de Trump de forma submissa - Reprodução da internet

O Itamarati, até o momento, respeitada instituição brasileira, nos últimos dias se vê envolvido em constrangimentos.

Após convidar presidentes de países para a posse do futuro presidente do Brasil, ”resolve” desconvidar. O futuro presidente justifica que em sua posse não terá lugar para “ditadores”.

Decorre que o presidente de Cuba, Miguel Diaz Canel foi eleito pelo Parlamento Cubano, por eleição similar a dos Estados Unidos e vários outros países, por 99,83% dos votos, quase por unanimidade. Já Nícolas Maduro foi reeleito pelos eleitores Venezuelanos com 67,79% dos votos, na presença de delegação de observadores de vários países.

E porque outros Presidentes não foram desconvidados? Como Xi Jiping, da China governada pelo Partido Comunista, reeleito pelo mesmo processo eleitoral de Cuba, inclusive com votação surpreendente, dos 2.320 delegados eleitos em todo o pais, apenas 1 voto contrário e duas abstenções.

Enquanto no Brasil Bolsonaro obteve 39,3%, bem menos que a metade dos votos dos eleitores brasileiros, e ainda numa eleição de legitimidade duvidosa, visto que bancada por doações ilegais de centenas de empresas, inclusive a Havan. Empresas que bancaram o envio de mensagens via WhatsApp com milhões de fake news, e por milhares de eleitores fanáticos que distribuíram adesivos, camisetas e outros objetos sem o CPF e declaração prevista na legislação eleitoral.

Esses resultados eleitorais demonstram que não procede a afirmação de que os presidentes eleitos de Cuba e Venezuela, ou da China, sejam ditadores, já que tiveram aprovação muito superior à do próprio presidente eleito do Brasil, e que nesses países as instituições democráticas como o Parlamento, o Judiciário, as Forças Armadas e a Constituição, funcionam plenamente. Ou será que são “ditadores”, somente os presidentes de países pequenos e fragilizados por violento boicote e bloqueio comercial efetivado pelos EUA?

Porque o Brasil, que nunca se intrometeu nos assuntos internos de outros países, cumprindo a sua Constituição e os direitos à soberania dos países através da ONU, do qual é membro, e agora quer excluir, achincalhar e até ameaçar de invasão, países irmãos do nosso continente?

Ou será que o problema são questões ideológicas, ou divergências políticas, que nunca interferiram ou causaram problemas ao Brasil, mas que incomoda países como os EUA que não admite outro modelo que não o seu velho capitalismo explorador, tirânico e arrogante. Se a Venezuela ou Cuba, incomodam os estadunidenses, que sejam eles a cometer os abusos contra a soberania desses países, e não incitar outros como bode expiatório, ou como bucha de canhão.

Porque não fazem a mesma estripulia com a China, governada pelo Partido Comunista desde 1949?