Defesa da democracia e dos direitos une movimentos sociais e partidos

Uma reunião com a participação de centrais sindicais, entidades do movimento social e partidos políticos discutiu a organização da resistência democrática e defesa dos direitos sociais ameaçados pelo futuro governo de Jair Bolsonaro. A reunião ocorreu na quarta-feira (14), na sede nacional da CUT, em São Paulo, e aprovou medidas a serem tomadas para fortalecer ações unitárias e também um calendário de mobilização para este ano.

Marchantes levantam a bandeira da democracia em Brasília - Mídia Ninja

Entre os representantes das organizações e movimentos presentes à reunião há um fonte sentimento de unidade e muita disposição para que se construa o que foi definido no comunicado divulgado como “uma frente ampliada de articulação e resistência em defesa das liberdades democráticas”. Os participantes destacam também que “as atuais construções de frentes, fóruns, projetos que já atuam na luta democrática e em defesa dos direitos tem seu papel fortalecido na conjuntura e são os pilares para a construção de qualquer unidade ampliada”. Há diferentes diferentes segmentos sociais envolvidos em diálogos e iniciativas em busca de ações unitárias que devem ser estimulados e aprofundados no curto prazo. Os presentes à reunião avaliam que da amplitude da frente “tende a ser determinada pelo compromisso dos atores com as liberdades democráticas, pelo agravamento do cenário de ataques à liberdade de organização e pelas tentativas de criminalização das lutas sociais e populares, bem como pelo agenda efetiva de retrocessos políticos e sociais proposta pelo governo eleito”.

Entre as medidas aprovadas no encontro está a busca de um diálogo com as centrais sindicais que ainda não integram as frentes já existentes para estabelecer uma agenda comum e construir um espaço de unidade e articulação conjunta. Às centrais sindicais, ao MST e ao MTST caberá a condução desse diálogo. Também foi aprovada a realização, no dia 5 de dezembro, de uma reunião ampliada com lideranças políticas e sociais, intelectuais, artistas e organizações que também não integram as frentes já existentes também sobre a construção de ações conjuntas e de uma frente democrática.

A luta pela libertação do ex-presidente Lula também deverá compor a agenda política das organizações participantes da reunião e caberá às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, assim como ao Comitê Nacional Lula Livre, os encaminhamentos referentes a está luta de profundo sentido democrático.

Participaram da reunião representantes das centrais ( CUT, CTB e Intersindical), da Frente Brasil Popular, de partidos políticos (PCdoB, PT, Psol e PDT), do Projeto Brasil Nação, da União Nacional dos Estudantes (UNE), do MST, do MTST, da UNEGRO, da CONAM, CONEN, Tortura Nunca Mais, CNAB, e MSTeto.

Calendário

A reunião aprovou, por fim, um calendário de atividades que vai envolve reuniões setoriais, encontros, seminários e grandes mobilizações nacionais. O objetivo é manter uma intensa programação que materialize na prática a unidade e amplitude necessárias para enfrentar os desafios postos desde já e que virão quando se instalar o governo Jair Bolsonaro.

Veja abaixo o calendário:

20 de novembro (terça-feira) – Dia Nacional da Consciência Negra.

22 de novembro (quinta-feira) – Mobilização Nacional em defesa da seguridade e da previdência social, convocado pelas centrais sindicais.

23 de novembro (sexta-feira), das 10h às 16h – Encontro de parlamentares amigos do MST e da Reforma Agrária na Escola Nacional Florestan Fernandes.

28 de novembro (quarta-feira), às 18h – Reunião Comunicadores, no Centro de Estudos da Mídia AlternativaBarão de Itararé.

30 de novembro (sexta-feira) – Mobilização Continental anti-G20, com realização de ação nas redes , ato em São Paulo às 17h (local a definir) e atividades em outros estados.

5 de dezembro (quarta-feira ) – Reunião ampliada para avançar no debate de construção da Frente Democrática.

8 de dezembro (sábado) – Encontro dos Amigos do MST Escola Nacional Florestan Fernandes.

9 e 10 de dezembro ( domingo e segunda-feira) – Seminário Internacional Lula Livre, em Curitiba.

10 de dezembro, às 15h – Ato inter-religioso na Catedral da Sé marcando os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

13 de dezembro (quinta-feira) – 50 anos do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Realização de atividades diversas de protesto e memória em todo o país.