Moro e Bolsonaro tem encontro nesta quinta para discutir indicação

Desde a pré-campanha, Jair Bolsonaro (PSL) dizia que queria ter o juiz Sergio Moro em seu governo como ministro ou como seu indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Eleito, Bolsonaro reafirmou o convite e Moro sinalizou positivamente. Os dois terão um encontro na quinta-feira (1º) no Rio para discutir a indicação.

Sergio Moro - Agência Câmara

A indicação é vista como um prêmio ao juiz Moro em troca dos feitos que praticou que tiveram reflexo direto na eleição de Bolsonaro, já que a condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tirou o petista do páreo e abriu caminho para a eleição do candidato conservador.

Por outro lado, o governo Bolsonaro quer usar Moro como garoto-propaganda do governo: "Moro é recado claro de moralidade.", disse Gustavo Bebianno, presidente do PSL.

Moro, que comandou os processos da operação Lava Jato, se manifestou quando foi confirmada a vitória de Bolsonaro. Primeiro, sua esposa, Rosângela Wolff Moro, postou um vídeo em que a imagem do Cristo Redentor faz reverência à campanha de Bolsonaro e com a frase "estamos juntos, Brasil". Na legenda do vídeo, ela diz estar "feliz".

Ainda no domingo, desejou "que faça um bom governo" e defendeu "reformas para recuperar a economia e a integridade da Administração Pública".

"Encerradas as eleições, cabe congratular o Presidente eleito e desejar que faça um bom Governo. São importantes, com diálogo e tolerância, reformas para recuperar a economia e a integridade da Administração Publica, assim resgatando a confiança da população na classe politica", escreveu Moro.

Após entrevistas em que Bolsonaro reafirmou que fará o convite para que Moro integre seu governo, o juiz admitiu que tem a intenção de aceitar o convite.

"Tudo depende de conversar para ver se há convergências importantes e divergências irrelevantes", declarou. Posteriormente, em comunicado à imprensa, Moro disse que ficava "honrado com a lembrança" para assumir o ministério ou integrar o STF. "Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão".

Para a defesa de Lula, o convite de Bolsonaro e a sinalização de Moro é mais um evidência da parcialidade do magistrado.