Não há derrota definitiva, nem triunfo definitivo, diz Mujica

O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, comentou o resultado das eleições no Brasil na noite deste domingo (28): “não há derrota definitiva, nem triunfo definitivo”.

Mujica - Divulgação

Assim como o Brasil, o Uruguai também sofreu com uma ditadura militar. Por defender a democracia, Mujica, que era um militante do Movimento Tupamaro, passou 12 anos preso e não vê com pessimismo o cenário político atual: “a vida é uma luta permanente com avanços e retrocessos. Não é o fim do mundo”.

Para o ex-presidente, a esquerda deve “aprender com os erros e começar novamente, isso deve ser permanente”.

Porém, uma vitória nunca é definitiva e o trabalho deve ser constante para conscientizar as bases e seguir de forma sólida. “Tampouco podemos crer que quando vencemos tocamos o céu com a mão e chegamos a um mundo maravilhoso, não, apenas subimos um degrau. Devemos ter humildade do ponto de vista estratégico”.

Jair Bolsonaro (PSL) venceu a eleição presidencial com 55,13% dos votos. Fernando Haddad (PT) obteve 44,87%. Em seu primeiro discurso após eleito, o novo presidente manteve o tom autoritário de sua campanha e afirmou que “o Brasil não pode continuar flertando com o socialismo, o comunismo, o populismo e o extremismo de esquerda”.