“A prioridade não é o Mercosul”, diz Paulo Guedes

O futuro ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, já deu o tom do impacto da vitória de Jair Bolsonaro para a região: “a prioridade não é o Mercosul”. O Chicago Boy brasileiro afirmou que o “foco do programa econômico é o controle de gastos públicos”. Uma linha parecida com o que fez Maurício Macri na Argentina e levou o país a pedir empréstimo ao FMI.

Paulo Guedes - Reuters

Pra Guedes, o Mercosul é um mecanismo de integração “totalmente ideológico” no qual o “Brasil ficou preso por alianças ideológicas e isso foi mal para a economia” e advertiu que “se queremos negociar com outros países, podemos”.

Poucos dias antes de ser eleito presidente, Bolsonaro havia qualificado como “ideológicas” as alianças regionais do Mercosul para insistir na demonização dos governo de Lula e Dilma, apesar de o bloco ter sido criado nos anos 90, em plena onda neoliberal no continente.

A Unasul sim foi uma aliança política criada durante o ciclo de governos progressistas e foi abandonada rapidamente pelas gestões de Michel Temer e Macri, nesta onda conservadora.

“Não vamos romper nenhuma relação. Se vou comercializar só cm a Argentina? Não. Vou comercializar só com a Venezuela, Bolívia? Não. Vamos negociar com o mundo”, afirmou Guedes durante uma coletiva.

Vale destacar que durante a gestão de Lula (2002 – 2010) o Brasil ampliou relações comerciais e passou a negociar com países do Oriente Médio e da Ásia, reduzindo assim a dependência econômica com os Estados Unidos. Já no governo Dilma (2011 – 2016) o país integrou o Brics, bloco composto também por Rússia, Irã, China e África do Sul.