Voto neste domingo: batalha histórica pela democracia

Em poucos momentos na história, o Brasil e os (as) brasileiros (as) estiveram tão envolvidos (as) em uma circunstância definidora do seu futuro como nesta votação do segundo turno da eleição presidencial. Estão em jogo séculos de lutas por progresso social, soberania nacional e democracia.

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O país e seu povo estão diante daqueles acontecimentos em que podem progredir, ou retroceder décadas e até mais. Dependendo do resultado das urnas, haverá ou uma retomada do desenvolvimento, com todos os benefícios para o povo, ou o retorno a um tempo superado por saltos civilizatórios, verdadeiras rupturas com algumas das travas que impendem o Brasil de ser, efetivamente, uma nação próspera, soberana e democrática.

As pesquisas divulgadas neste sábado, 27, apontam uma tendência de subida da chapa Haddad-Manuela enquanto a chapa da extrema-direita Bolsonaro-Mourão está em queda. A eleição está indefinida e há uma virada em curso pró democracia, pela vitória do 13, pela eleição de Haddad presidente.

Com mais empenho, mais intensidade na campanha do vira voto até o último minuto da eleição é possível sim a vitória da democracia contra retrocesso autoritário.

Nesta hora, é o caso de se lembrar das lutas contra o escravismo, da Independência, da Abolição, da proclamação da República, da Revolução de 1930 e de toda a sua decorrência. O país que progrediu, se industrializou, rompeu ciclos autoritários e se modernizou institucionalmente vem desses saltos civilizatórios. Sua tradução neste segundo turno é a chapa Fernando Haddad-Manuela D'Ávila, que é a expressão concentrada, neste confronto concreto, dessa história de luta pela democracia, soberania nacional, desenvolvimento e progresso social. Dos processos que derrotaram a ditadura do Estado Novo e levaram à Constituição democrática de 1946, à resistência à ditadura de 1964, aos duros combates contra o arbítrio, o entreguismo e a violência da ditadura militar, e à gigantesca mobilização popular que encerrou aquele triste capítulo da história brasileira.

O seu oposto também está presente nestas eleições, com a chapa da extrema direita, apologista dos crimes da ditadura militar, representada por Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. E quando se diz crimes, está se falando, além das violências físicas, com torturas e assassinatos de democratas e patriotas, do sistema de lesa-pátria, a concentração de uma ideia que fez o Brasil se arrastar por mais de 300 anos de escravismo, vegetar na República Velha, conspirar contra a Constituição de 1946 e violar princípios elementares da civilização, com regimes de arbítrio e violência. São essas forças que, ao longo desta dura luta para garantir as liberdades e direitos sociais da Constituição de 1988 e estancar a entrega do patrimônio nacional sobretudo a estrangeiros, conspiraram o tempo contra a institucionalidade democrática, especialmente no ciclo de governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Como se vê, não é pouco coisa o que será decidido nas urnas deste domingo (28). A responsabilidade que pesa sobre os ombros do eleitorado brasileiro, em especial, da militância democrática e progressista é enorme. Todos os esforços para evitar o triunfo do arbítrio e do retrocesso, de dimensões históricas, são necessários nessas horas finais que antecedem as eleições. Cada minuto de ação pode representar muitos votos que se converterão em atos históricos para salvar o Brasil e seu povo das garras da rapinagem e da violência que se pronunciarão caso vença a chapa da extrema direita. Não à toa a disputa presidencial chegou a esse grau de tensão, obrigando um vasto campo a se posicionar a favor da democracia. Criou-se, com a constatação de que o país está, sim, sob grave ameaça, sobretudo após os últimos rompantes do clã Bolsonaro e seu séquito, essa onda que tem grandes possibilidades de fortalecer a tendência de virada indicada pelas pesquisas e vencer nas urnas o perigo que a chapa da extrema direita representa.

Nessas horas finais, cumpre a cada democrata, patriota, cidadãos e cidadãs conscientes dos valores da civilização, independente de opções partidárias, religiosas ou filosóficas, batalhar por votos, um a um, expondo, conforme a realidade de cada situação, o que representa o gesto de digitar 13 na urna deste domingo. Com criatividade e combatividade, como se demonstrou nas importantes e numerosas manifestações pelo país afora na sexta-feira e no sábado, valendo de todos os recursos legais, é possível, sim, lutar até o último voto digitado nas urnas para alcançar essa vitória tão importante e tão decisiva para o Brasil e os brasileiros.

A vitória da democracia está ao alcance de nossas mãos!