Gleisi pede ao TSE urgência na investigação de caixa 2 de Bolsonaro

O PT quer que sejam investigadas com urgência denúncias contra a campanha do deputado Jair Bolsonaro (PSL) por abuso de poder econômico e outras ações.

gleisi e rosa

A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), pediu nesta sexta (19 ) à presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, a adoção de medidas urgentes contra as práticas ilegais e antidemocráticas utilizadas na campanha eleitoral pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL).

O PT quer que sejam investigadas com urgência denúncias contra a campanha do deputado Jair Bolsonaro (PSL) por abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação, caracterizados pelo uso de caixa dois para financiar a disseminação de mentiras na rede digital WhatsApp.

Conforme denuncia do jornal Folha de S. Paulo, empresas compraram pacotes para o disparo de milhões de mensagens mentirosas (fake news) no WhatsApp contra o PT e a campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República. A prática é ilegal porque empresas estão proibidas de doar para campanhas e os pagamentos não foram declarados, configurando assim crime de caixa 2.

Demora do TSE

Gleisi disse que a situação é alarmante e frisou que está “preocupada” com a demora do TSE para investigar essa denúncia, bem como outras já feitas pelo PT. “Saio muito preocupada com as condições do TSE de enfrentar essa nova situação pela qual está passando o processo eleitoral, ou seja, a fabricação de notícias falsas e a disseminação no submundo da internet”, disse Gleisi.

Ela lembrou que na quinta-feira (18) o PT ingressou com ação, inclusive com pedido de medidas cautelares para produção de provas, e até agora não obteve decisão do tribunal. “A petição se tornou pública, o que pode levar à destruição de provas. O tribunal vai tratar o processo legal como se numa normalidade estivéssemos, então, isso me preocupa muito”, afirmou a senadora.

OEA 

A presidenta do PT informou que o partido vai denunciar também a entidades internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) o que tem se passado no Brasil, com as práticas ilegais do candidato do PSL.

Para ela, a conduta criminosa dos empresários que financiaram o envio de mensagens a milhões de brasileiros deve ser apurada com o máximo rigor e urgência. “Basta quebrar o sigilo telefônico, bancário e fiscal das empresas e dos empresários envolvidos”, sugeriu. De acordo com Gleisi, o que ocorreu no primeiro turno das eleições ‘’foi uma verdadeira boca de urna digital”, com a inundação, no dia das eleições, de milhões de mensagens mentirosas que influenciaram a decisão de eleitores, mudando o resultado do pleito.

Gleisi pediu a Rosa Weber que o plenário da Corte fique de prontidão o tempo todo para solucionar os problemas, mas a ministra não deu nenhuma resposta. “Não estamos vivendo uma situação de normalidade”, disse Gleisi. Ela observou que a própria decisão da empresa proprietária do WhatsApp de bloquear contas de empresas que venderam seus serviços de disparos de mensagens é a comprovação de que houve a fraude no primeiro turno.

Combate ao abuso de poder econômico

A presidenta do PT defendeu que é preciso impedir o disparo indiscriminado de mensagens pelo WhatsApp até o fim do período eleitoral. “Não se trata de liberdade de imprensa e de expressão, mas de evitar que o uso do aplicativo influa no processo eleitoral. A senadora lembrou que a jornalista da Folha de S Paulo que publicou a denúncia de caixa 2 na campanha de Bolsonaro tem sofrido ameaças de morte por parte de seguidores do candidato do PSL. “A Justiça tem que ter celeridade e um olhar diferenciado sobre o momento grave que vivemos”, disse.

Segundo Gleisi, Rosa Weber informou que ainda nesta sexta-feira deve sair alguma decisão sobre os pedidos de medidas cautelares, como buscas e apreensões, feitos pelo PT na quinta. O relator da ação ajuizada pelo PT contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) é o ministro do TSE Jorge Mussi.

Gleisi foi à audiência acompanhada pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, a deputada Erika Kokay (PT-DF), os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP) e advogados do partido.