Jornalista que fez matéria contra Bolsonaro sofre ataques nas redes

Após denunciar o esquema milionário e ilegal de caixa 2 que vem financiando a disseminação de fake news para a campanha de Jair Bolsonaro (PSL), a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, passou a ser alvo de ataques virtuais de apoiadores do capitão da reserva.

A jornalista Patrícia Campos Mello - Reprodução/Twitter

 Na matéria, divulgada nesta quinta-feira (18), a jornalista revelou que um grupo de empresários – entre eles Luciano Hang, dono da Havan – está contratanto empresas para disparar fake news contra o PT para a campanha de Jair Bolsonaro (PSL).

A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. Na prestação de contas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), consta apenas a empresa AM4 Brasil Inteligência Digital, como tendo recebido R$ 115 mil para mídias digitais. Segundo a reportagem, os contratos chegam a R$ 12 milhões e devem fomentar uma grande campanha de ódio contra o PT a partir de domingo (21), na última semana da campanha.

Instantes após a publicação da reportagem começaram os ataques. Muitos deles estão centrados no veículo, a Folha de S. Paulo, com a hashtag #FolhaPutinhaDoPT. Mas há também muitas ofensas e xingamentos direcionados à própria repórter.

“Mais uma canalha imunda militante esquerdista, quando Bolsonaro ganhar temos que combater esses canalhas com ferro e fogo se é que me entendem, sem misericórdia contra esses vagabundos”, escreveu uma apoiadora do candidato do PSL.

Os xingamentos não param por aí. “Puta vagabunda!”, exclamou outro internauta. Há relatos nas redes sociais, inclusive, que a jornalista já estaria sob proteção policial por conta das ameaças.

Alguns colegas de profissão prestaram solidariedade a Patrícia nas redes sociais. Um deles foi Guga Chacra, da GloboNews. “A Patrícia é uma das grandes repórteres desta geração. Já fez reportagens em zonas de guerra no Afeganistão, Síria, Iraque e Gaza. Cobriu a epidemia do ebola in loco em Serra Leoa. Foi correspondente em Washington. E faz uma ótima cobertura da eleição brasileira na Folha”, escreveu Guga, que foi acompanhado por outros jornalistas.