Potenciais e tendências que o Datafolha não revelou

Na largada da campanha eleitoral do segundo turno das eleições presidenciais, as duas candidaturas já mostram suas fichas. 

Haddad e governadores - Foto: Ricardo Stuckert

A chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila recebe apoios, amplia a sua base política, adensa a plataforma programática e assim toma fôlego para chegar no dia 28, data da segunda votação, com chances reais de vitória. Do outro lado, a extrema direita tropeça em suas pernas, expõe um amontoado de proposições que não se articulam e mostra os limites da sua possibilidade de formar um espectro político plural.

Os números da primeira pesquisa Datafolha – Haddad 42% das intenções de voto e Bolsonaro 58% – mostram um natural crescimento das duas candidaturas após a primeira votação em 7 de outubro. Ao mesmo tempo revelam que o candidato do campo democrático e progressista reduziu em quase 4% a distância que o separava do deputado fascista. Fernando Haddad já atingiu um percentual equivalente à soma de votos dos candidatos de esquerda e centro-esquerda no primeiro turno sem que sequer houvesse tempo para que tivessem efeito os movimentos que fez para ampliar a campanha. Isto indica que ainda há um razoável potencial de crescimento ao longo das próximas semanas. Ainda mais porque o segundo turno permite que os eleitores conheçam melhor os candidatos e seus programas.

Tal potencial, entretanto, não se desenvolve automaticamente. Sua materialização depende de uma agenda de atividades de campanha intensa e extensa. A ampliação da base política da chapa Haddad-Manuela abre um grande leque de possibilidades para a difusão das propostas de governo. Com isso, os múltiplos setores da militância podem chegar às grandes massas e mostrar a natureza do embate que se estabeleceu nesse segundo turno.

Da mesma forma, o incremento do programa de governo com as contribuições das candidaturas do primeiro turno e de amplos segmentos sociais que se somam agora à chapa Fernando Haddad-Manuela d´Ávila é um precioso patrimônio para se fazer esse embate. Nesse debate programático crescem expressivamente as chances de vitória, ao mesmo tempo que afloram dificuldades para a chapa da extrema direita.