Bolsonaro fala de 13º no Bolsa Família, mas queria acabar com programa

Candidato do PSL foi o único deputado a votar contra o Fundo de Combate à Pobreza, e mostra total desconhecimento sobre o programa Bolsa Família.

Bolsonaro - Wilson Dias/Agência Brasil

Em seus quase 30 anos no Congresso, Jair Bolsonaro é conhecido por mudar de opinião diversas vezes sobre os temas mais importantes da agenda nacional. E, com o Bolsa Família, as mudanças só não são maiores que seus desencontros públicos com seus homens de confiança.

Desde 2011, Bolsonaro falava em colocar um fim no programa: “Alguém tem alguma dúvida que programas assistencialistas, como o Bolsa Família, que acostuma o homem à ociosidade, são um obstáculo para que se escolha um bom presidente?”, afirmou, atestando seu total desconhecimento sobre o Programa.

Nesta semana, ao Jornal Nacional, a fala já era outra: “Nós não pretendemos acabar com o Bolsa Família, muito pelo contrário”.

Essa aparente mudança de lado começou a aparecer na pré-campanha de Bolsonaro, que incluiu em seu plano de governo, registrado no TSE, a proposta de ampliar o Bolsa Família. Mas, quando um jornal noticiou justamente o que estava no documento, o deputado demonstrou desconhecer o conteúdo de seu próprio programa. 

Por mais que a equipe tenha tentado deixar claro seu objetivo, o próprio candidato parece não ter entendido o que defende. Nem ele, nem o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebbiano, que tentou defender o plano de governo na quarta-feira (10), dizendo que Bolsonaro pretende implementar um 13º salário para os beneficiários do programa Bolsa Família. Só que isso não está no texto registrado no TSE.

Lembrando que Bolsonaro foi o único deputado a votar contra o Fundo de Combate à Pobreza em 2000, quando ainda era do PPB, partido de Paulo Maluf.

“Orgulho-me de ter votado contra o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza”, disse em 2000. E em 2001: “Fui o único a votar contra o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. (…) O combate à fome, à miséria e à violência deve ser exercido por meio de rígida política de controle de natalidade.”