Na TV, coligação reafirma defesa ao direito de Lula ser candidato  

O programa de TV da coligação PT-PCdoB-Pros que foi ao ar nesta terça-feira (4) inicia com a afirmação: "A ONU decidiu: Lula pode ser candidato. Mesmo assim o registro foi negado. A coligação "O Povo Feliz de Novo" vai seguir lutando pelo direito de Lula ser candidato e ser eleito presidente".

Por Dayane Santos

Haddad programa de TV - Reprodução

Após a narração, a propaganda segue com um áudio em que o ex-presidente Lula fala sobre o golpe as mazelas trazidas pela agenda de reformas. "O povo brasileiro não é bobo. O povo sabe o que aconteceu no período em que nós governamos esse país", diz Lula na abertura da inserção da campanha de TV.

"Os que perseguem Lula, na verdade perseguem o povo brasileiro. Ele está preso, quanto o governo Temer bagunça o país, corta direitos do povo e entrega as nossas riquezas aos estrangeiros", afirma o vice na chapa de Lula, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. "Faço aqui um juramento de lealdade a Lula. Nós não vamos descansar. Vamos libertar os brasileiros de toda essa injustiça", completou.

Com isso, a coligação reafirmou que vai permanecer na luta em defesa do direito de Lula de ser candidato, conforme informou Haddad nesta segunda (3), após encontro com o ex-presidente. Ele informou que serão apresentados recursos à ONU e no Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o registro da candidatura de Lula.

Demonstrando que respeita a decisão do TSE, apesar de não concordar, a coligação fez alterações no jingle “chama que o homem dá jeito”, que passou para “chama que o 13 dá jeito”. Em um trecho que dizia “olha o Lula lá”, também foi trocado para para “Haddad é Lula lá”.

Incomoda muita gente

Liderando todas as pesquisas de intenção de votos, Lula incomoda os adversários que apresentaram ações contra a propaganda da coligação O Povo Feliz de Novp.

Nesta segunda (3), o ministro Sérgio Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou ao PT a suspensão de inserções na TV que Lula aparece. Numa avaliação fundamentalmente subjetiva, o Banhos seguiu as decisões assinadas pelos ministros Luis Felipe Salomão e Carlos Horbach, que também consideram que Lula figura como candidato na propaganda.

“Ao tempo em que a propaganda inicia-se com uma fala de Luiz Inácio Lula da Silva fazendo menção aos seus anos de governo, prossegue com a de Fernando Haddad não explicitando a sua condição de vice, nem sequer na legenda, mas, noutro passo, enaltecendo o governo Lula, prometendo trazer aos cidadãos o ‘Brasil de Lula de Volta’, sem esclarecer, como deveria, que Luiz Inácio Lula da Silva, por decisão do TSE, não pode ser candidato à Presidência da República”, disse o ministro.

Banhos atendeu o pedido do Partido Novo, que disse que nas inserções veiculadas na TV nos dias 1º e 2 de setembro, poucas horas depois da decisão do TSE, a imagem de Lula foi ressaltada com a "clara intenção de fazer o eleitor acreditar que Lula segue na campanha como presidente".

Os adversários de Lula querem que ele e a sua coligação sequer reajam ao que consideram uma violação aos tratados internacionais e, portanto, a uma injustiça. Para eles, basta a narrativa da grande mídia, que dá como fato consumado a inelegibilidade de Lula, apesar pode apresentar recursos e modificar a dicisão do TSE.