Alckmin diz que não fará campanha com Aécio

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, faz um grande esforço para descolar de sua imagem aliados de golpe. Além de tentar camuflar a sua relação com Michel Temer, o presidente mais rejeitado da história do país, Geraldo afirmou em entrevista nesta terça-feira (4) que não fará campanha ao lado do senador Aécio Neves em Minas Gerais.

Por Dayane Santos

Geraldo Alckmin CBN - Reprodução

Um dos líderes e principal articulador do golpe de 2016, Aécio é réu em processo com provas, o que é raro nas investigações, após ser flagrado em gravação pedindo R$ 2 milhões para o empresário Joesley Batista.

Em sabatina na rádio CBN, o tucano declarou que não vai ter Aécio na campanha, mas desviou a atenção do assunto fazendo críticas ao PT por não aceitar a condenação sem provas contra o ex-presidente Lula. Ele disse que não vai para "porta de penitenciária idolatrar preso".

Mas quando falou sobre o senador mineiro que agora concorre a uma vaga como deputado federal, Alckmin sequer citou os processos que ele responde, se limitando a dizer que "não vou estar com Aécio porque não existe palanque". "Ele vai fazer a campanha dele. Não vou (fazer campanha junto com ele)", afirmou.

O tucano disse que "quem errou, seja punido, seja quem for, de que partido for" e que o PSDB não passa a mão na cabeça de ninguém". Mas ao ser questionado sobre os esquemas de corrupção no governo tucano em São Paulo, inclusive de gestões que ele comandou com auxiliares próximos como alvo, Alckmin só passou a mão na cabeça.

Disse que o ex-presidente da Dersa Lawrence Casagrande Lourenço é inocente e rebateu acusações de que seu cunhado, Adhemar Ribeiro, foi intermediário de repasses de caixa dois para sua campanha em 2010, como aponta as investigações:

"Isso é repetido por delator há um ano sem uma única prova. Minhas campanhas foram modestas e rigorosamente dentro da lei. Há uma tentativa de desclassificar atividade política e dizer que é tudo igual", afirmou o tucano.