Schulz: Decisão da ONU sobre candidatura de Lula deve ser implementada

Martin Schulz, ex-presidente do SPD (Partido Social Democrata) da Alemanha e ex-presidente do Parlamento Europeu, fez uma visita de solidariedade ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde 7 de abril.

Por Dayane Santos

Schulz visita Lula - Reprodução

Schulz, que também foi candidato ao cargo de primeiro-ministro alemão nas últimas eleições perdendo para Angela Merkel, descreveu que encontrou um homem “corajoso” e combativo”.

"Estive com o ex-presidente Lula na prisão e encontrei uma pessoa muito corajosa e muito combativa. Cheguei ao Brasil na condição de representante da Social Democracia Alemã e dos socialistas europeus para cumprimentar uma pessoa com a qual nós cooperamos durante muito tempo, enquanto ele foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, presidente do PT e presidente da República”, contou o dirigente alemão.

“Fiquei muito impressionado em encontrar esse homem corajoso, otimista e ver como ele está resistindo às circunstâncias muitos desfavoráveis a sua pessoa”, completou.

Sem entrar no mérito da decisão que condenou o ex-presidente, Schulz disse que está claro para líderes do mundo inteiro que “as circunstâncias do processo contra Lula jogam uma luz muito curiosa gerando dúvidas quanto ao processo”.

“O Brasil teve um papel muito importante na política internacional e nesse sentido estaria muito bem se implementasse o entendimento da Comissão de Direitos Humanos da ONU”, reforçou ele, se referindo a decisão liminar que atendeu ao pedido da defesa do ex-presidente, assegurando o seu direito de ser candidato.

"Não estou aqui para proferir um juízo sobre a Justiça brasileira, mas nenhum poder desse mundo poderá me impedir de continuar confiando num homem com quem cooperei durante muito anos e que eu continuo confiando", frisou.

Para ele, as eleições de outubro têm grande importância para o Brasil, mas também para todo o mundo. “Nós estamos numa situação política muito peculiar”, manifestou Schulz, advertindo que “no lugar do multilateralismo e da democratização que foram defendidas pelos governos Lula e Dilma, nós estamos vivenciando não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, um retrocesso das políticas nacionais”.

“E as eleições que se aproximam no Brasil tem uma importância muito grande porque a questão que se coloca é: será que é possível fazer do Brasil motor da democratização?”, indagou.

Ele reforçou o papel do PT, do ex-presidente Lula e da esquerda brasileira na cooperação internacional e na luta dos direitos humanos e direitos fundamentais. “Por essa razão estou aqui para expressar a nossa solidariedade”, enfatizou.