Bachelet deve apoiar denúncia de Lula na ONU

A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet foi confirmada nesta sexta-feira (10) como alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Bachelet deverá apoiar a denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tramita na ONU sobre a violação de suas garantias constitucionais com a condenação e prisão no caso do triplex do Guarujá. Ela pode ajudar mostrando a gravidade do caso e a necessidade da ONU intervir. Cerca de 18 juízes de diferentes vertentes analisam a denúncia.

Bachelet e Lula

Michelle Bachelet é uma das principais líderes internacionais a denunciar a perseguição política contra o ex-presidente Lula. Ela liderou a articulação de uma carta ao Poder Judiciário brasileiro, onde 43 personalidades de esquerda pedem para que o líder do PT saia candidato a presidente da República em 2018. De acordo com o jornal chileno La Segunda, Bachelet também tentará visitar o ex-presidente Lula na prisão, em Curitiba.

A repercussão internacional da perseguição política a Lula, que lidera todas as pesquisas de intenções de voto para retornar à Presidência, ganhou também o reforço de dez juristas e advogados europeus e latino-americanos. Em carta enviada de Paris à ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), eles pediram que a legalidade com relação a Lula seja respeitada "com rigor e independência".

O documento foi assinado, entre outras pessoas pelo advogado francês William Bourdon, presidente e fundador da associação de proteção e defesa das vítimas de crimes econômicos Sherpa, pelo jurista Emilio García, presidente da Fundação Sul Argentina, o presidente de honra da Liga de Direitos Humanos (LDH), Henri Leclerc, além dos renomados juristas Baltasar Garzon, da Espanha, e Luigi Ferrajoli, da Itália. A carta também foi enviada aos presidentes da França, Emmanuel Macron, e do Governo espanhol, Pedro Sánchez, assim como ao primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa, e aos respectivos chanceleres (leia a carta na íntegra).

Michelle Bachelet, que foi torturada pela ditadura de Augusto Pinochet, foi a primeira mulher a comandar o Chile, uma das economias mais desenvolvidas da região. Ela foi presidente entre 2006 e 2010 e foi popular graças às políticas sociais de seu governo e a um crescimento econômico estável durante seu mandato.