Publicado 02/08/2018 23:15
Ridícula. Essa definição do senador Renan Calheiros, uma das vozes dissidentes na convenção do MDB, para a candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República explica também as palavras do presidente golpista Michel Temer, que se referiu aos demais candidatos como “pobres coitados” e “pigmeus” que não têm projeto e “vão para baixaria” fazer “provocações”. Já o seu partido seria “feito de gigantes”, como Meirelles, que tem o projeto de levar adiante as "grandes reformas" do seu governo.
Meirelles, por sua vez, fez um discurso recheado de palavras ocas — como confiança, fé, força, segurança, convicção, otimismo e credibilidade —, uma manobra para não falar da sua ligação com um governo marcado pela mentira, pelo fisiologismo, pelo escândalo e, sobretudo, pelo fracasso. Por trás das bravatas de Temer e do palavreado vazio de Meirelles está o fato de que essa candidatura é uma peça importante na moldagem de um cenário favorável ao candidato Geraldo Alkmin, do PSDB, conforme analisou a nota do PCdoB divulgada em 22 de julho.
Depois da reunificação da maior parte do consórcio conservador e golpista em torno do candidato tucano, o candidato do MDB vem para cumprir a função diversionista de tentar desvincular Alckmin de Temer.
Essa artimanha desconsidera a capacidade crítica da sociedade ou juga que ela seja destituída de memória. A trinca Aécio Neves, Eduardo Cunha e Temer capitaneou o golpe que resultou na tragédia que o país atravessa. Como tem dito a candidata do PCdoB Manuela D’Ávila, Temer é Alckmin, Alckmin é Temer.
As classes dominantes, o imperialismo, já assentaram as peças no tabuleiro, com Alckmin à frente. Bolsonaro, Alvaro Dias e mesmo Marina são alternativas, caso o tucano não decole.
Meirelles seria uma espécie de boi-de-piranha. Seu papel atrair para si toda repulsa que povo nutre por Temer e seu desastroso governo.