A persistente luta do PCdoB pela unidade

Prossegue e irá até o último minuto, o esforço do PCdoB para construir um caminho unitário das forças progressistas para vencer as eleições presidenciais. Graves ameaças pairam sobre a nação e a esquerda e demais forças democráticas têm a responsabilidade de apontar saídas, uma mudança de rumo na condução política do país.

PCdoB - Foto: Márcio Favaretti

Mais do que nunca, a consigna de que a unidade é a bandeira da esperança está na ordem do dia. Com essa compreensão, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) tem se esforçado na busca de um caminho que una as forças antigolpistas. No seu 14º Congresso, realizado em novembro de 2014, quando a pré-candidatura de Manuela d’Ávila foi proclamada, essa proposta foi desfraldada indicando a necessidade de uma frente liderada pela esquerda.

Na sua pré-campanha, Manuela d´Ávila tem defendido a unidade enfaticamente. Essa é uma de suas principais bandeiras políticas, ao lado da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outra importante iniciativa nesse sentido foi o lançamento do “Manifesto” das fundações dos partidos de esquerda (PT, PDT, PCdoB e PSOL, com a participação do PSB), que formulou uma coesão programática para um pacto eleitoral de unidade da esquerda.

A presidenta do PCdoB, Luciana Santos, também tem feito esforços para unir o campo progressista, participando de reuniões com as direções dos partidos de esquerda. E, mais recentemente, houve o lançamento do segundo “Manifesto” das fundações, este visando a eleição de parlamentares de esquerda. Outro ponto importante nesse movimento do PCdoB é a reiterada manifestação de Manuela d´Ávila de que a sua pré-candidatura não é óbice à unidade. Cabe destacar, também, o convite de Luciana Santos aos partidos de esquerda para uma reunião neste 31 de julho para, mais uma vez, conclamar a unidade.

Esse esforço é a tradução do centro da argumentação do PCdoB de que a estratégia da esquerda deve ser “vencer as eleições”, com a unidade que for possível desde o primeiro turno. A meta deve ser isolar e combater o golpismo, uma ação que requer arte e engenhosidade. A extensão que a crise adquiriu transformou a luta pelo poder no Brasil em impasse político. Esse quadro requer alternativas realistas, uma unidade capaz de mobilizar a esperança de levar o país a uma mudança de rumo, a retomar o caminho do desenvolvimento com democracia e progresso social.

A mobilização popular em torno de um grande projeto como este, num processo que deve ser de longo prazo, só pode se desenvolver num ambiente de unidade.Por isso, o debate sobre essa questão é tão premente. Qualquer proposta de solução da crise fora desse ambiente tem pouco viabilidade. É, sem dúvida, uma engenharia de grande envergadura, que exige flexibilidade tática para fazer os objetivos encadear sempre na perspectiva da solução que se preconiza, acompanhando a vida e suas nuances.

O cenário criado pela crise desde que os golpistas se puseram em marcha para tomar o poder exige essa busca, desde já, de um patamar mínimo de unidade de ação para enfrentar e derrotar o golpe. Eleições num país como o nosso, com forte tradição de lutas por direitos democráticos, são sempre episódios relevantes da batalha que as forças interessadas no desenvolvimento travam com os agrupamentos conservadores. Não há grupos políticos que não reflitam, direta ou indiretamente, as aspirações das duas grandes correntes opostas que vão se enfrentar nessas eleições.

As forças populares têm inserção em grandes camadas da sociedade e conquistaram posições importantes — demonstrando seu potencial para operar transformações profundas no país. A grande responsabilidade nesta questão cabe, sem dúvida, às correntes progressistas mais consequentes, os partidos de esquerda. O desafio é transformar essa força em um movimento que expresse claramente os interesses gerais da nação para unificar, no plano político, a consciência progressista de grande parte da sociedade e trabalhar para mobilizá-la na defesa do país.

Desse modo, o PCdoB marcha entusiasmado à sua Convenção que será realizada no próximo dia 1º agosto para indicar Manuela d’Àvila candidata à Presidência da República, mas até último lance, persistirá na busca da unidade, à essa altura a que for possível, já no primeiro turno.