Mercado se empolga com anúncio de aliança de Alckmin com centrão

O mercado, que pressionava por uma definição da direita sobre as eleições de outubro, reagiu positivamente à sinalização do apoio do bloco chamado de "centrão" – formado com DEM, PR, PP, PRP e Solidariedade – ao tucano Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Nesta sexta-feira (20), o dólar abriu em queda e os juros futuros também caíram pelo segundo dia consecutivo.

Temer Maia e Alckmin - Alan Santos/PR

Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto subiam 1,27%, aos 79.950 pontos, às 9h17 (horário de Brasília). O índice disparou 2,02% no pregão passado justamente por conta do apoio ao tucano.

De acordo com analistas, o anúncio da aliança direitista é visto como um sinal positivo porque representa a manutenção da "agenda reformista" implantada desde o golpe de 2016, pelo governo Michel Temer, o que, segundo eles, "minimiza o risco eleitoral".

Ainda segundo analistas ouvidos pela grande mídia, a aliança do centrão com o pré-candidato Ciro Gomes (PDT) era vista com certa desconfiança pelo mercado.

Mas o otimismo do mercado é momentâneo, pois o acordo de Alckmin com o centrão ainda não representa que ele venceu as eleições. Até agora o tucano não demonstrou viabilidade eleitoral. com índices de baixos nas pesquisas de intenções de voto, ocupando o quarto ou quinto lugar, o que significa que estaria fora do segundo turno.

A equipe de Alckmin espera reverter esse resultado com o maior tempo de TV que terá entre todos os candidatos. Ele, que já tinha, pouco mais de um minuto, poderá ter mais de 4 minutos.

A direita acredita que a TV terá peso nas eleições, mas certamente não é por conta dos minutos de campanha eleitoral, mas pelo reforço da grande mídia, que sempre atuou com parcialidade na defesa de seus interesses.

A recente entrevista de Alckmin ao Valor Econômico sinalizou o empurrãozinho que a imprensa vai dar a candidatura do tucano.