Queda do real encolhe o PIB

Se não bastasse a lentidão nacional em inovação, que leva os concorrentes com economias mais dinâmicas a colar nos calcanhares do Brasil, a desvalorização do real diante do dólar está ‘encolhendo’ o PIB. Com risco de o país perder um lugar entre as 10 maiores economias do mundo para a Coréia do Sul, Austrália ou Rússia.

pibinho

Em 2011 e 2012, quando houve a maior valorização recente do real e a economia vinha crescendo forte, o Brasil superou a Itália e o Reino Unido como a 6ª economia do mundo, colando na França. Muito em função de ser o 5º território e a 5ª população. O PIB de 2011 chegou a US$ 2.616 bilhões e deslizou para US$ 2.463 bilhões em 2012.

Com crescimento de 3,9% em 2013 e apenas 0,5% em 2014, seguido de quedas de 3,55% em 2015 e de 3,60%, em 2016, e das fortes desvalorizações do real que se estendem para 2018, quando as previsões de aumento do PIB ficam entre 1,3% e 1,9%, o Brasil foi perdendo posições e corre agora o risco de ficar fora do clube das 10 maiores economias do mundo.

Graças à inclusão (mais lenta que a da China) de sua população de 1,3 bilhões no mercado de consumo, a Índia se instalou entre França e a Itália na 7ª posição. O Brasil estava em 9º lugar. Mais próxima concorrente, a Coreia cresceu 3,6% no ano passado e deve crescer cerca de 3% este ano, com o won resistindo ao dólar.

Já o Brasil, com a expectativa do PIB crescer metade da variação da Coreia, o real ainda sofre desvalorização de 15% frente ao dólar em 2018. Os líderes seguem sendo Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. Se fosse uma corrida de Fórmula 1, diria que o país resiste com décimos de segundos à frente da Coreia do Sul (24º no ranking de competitividade) da Rússia e da Austrália. Sem inovação, o PIB não pode “abrir asas”.