Com desaprovação crescendo, Bolsonaro diz que vai aos debates

Em evento realizado na última quinta-feira (21), em São Luís (MA), Bolsonaro disse nunca afirmou que não iria aos debates no 1º turno das eleições e os comentários de que estaria fugindo das discussões ao vivo com os concorrentes era mentira. “Não houve até o momento nenhum debate. Porque eu estou fugindo?”, questionou o deputado. “Sobre debates da televisão, compareceremos a todos, sim”, afirmou.

No entanto, Bolsonaro não compareceu a diversos eventos que reunia outros pré-candidatos. Em abril, ele não foi ao Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. No mês seguinte, não participou de um encontro organizado pela Frente Nacional dos Prefeitos, em Niterói, e de um evento da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais, em Gramado (RS).

Também não foi a sabatina promovida pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT. O jornalista Anselmo Góis disse que a estratégia do pré-candidato ultraconservador era fazer lives nas redes sociais e conversar com eleitores no horário reservado aos debates na TV aberta.

Durante sabatina do Correio Braziliense e auditores Fiscais, Bolsonaro admitiu que não iria comparecer aos eventos porque não queria ser questionado.

"Até aceitei [vir à sabatina do Correio] porque seria tratado dessa forma carinhosa como fui tratado. Em alguns outros programas não estou aceitando porque o objetivo é um pouco politizado. Querem me derrubar porque estou na frente", justificou.

A explicação de Bolsonaro não colou e a sua decisão foi interpretada como uma insegurança em encarar os adversários. Como é de praxe, ele criou um factoide para dizer que não foi bem isso que falou.

"Eu não falei com ninguém da imprensa. A imprensa tem dito que não comparecerei a debates, diz que eu estou fugindo de debates. Não houve até o momento nenhum debate, por que eu estou fugindo?", questionou.

Outro fato que deve ter feito Bolsonaro repensar a estratégia foi o levantamento feito pelo instituto Ipsos sobre a percepção dos brasileiros sobre diversas figuras públicas, que mostra que o nível de desaprovação a Bolsonaro saltou para 64% em junho. Um mês atrás, as avaliações negativas eram de 60%.

"Nos debates na televisão compareceremos a todos sim, podem ter certeza até porque estaremos levando propostas factíveis que vocês acreditam que podem ser atingidas", disse no vídeo.