Parlamentares lançam frente em defesa das refinarias da Petrobras

À frente do PCdoB nacional, a deputada Luciana Santos (PE) foi escolhida como vice-presidente do colegiado. O presidente será o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS).

Parlamentares lançam frente em defesa das refinarias da Petrobras - Richard Silva/PCdoB na Câmara

Nesta quarta-feira (20), parlamentares de 25 partidos da Oposição e da base de Michel Temer lançaram frente mista com pelo menos 201 deputados e senadores para reforçar a luta contra privatização e, consequente, entrega a ‘preço de banana’ de quatro refinarias da Petrobras aos estrangeiros. Representantes do PCdoB, PT, PDT, PSB, PSol, Avante, PHS, PP, PR, PSDB e até do MDB de Temer apoiaram o lançamento. O evento ocorreu no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.

O objetivo central é promover o debate sobre desnacionalização do petróleo no Brasil. Além de defender esse patrimônio e a soberania nacional, o grupo pretende proteger os interesses dos trabalhadores, que podem ser prejudicados com a venda das refinarias Alberto Pasqualini (RS), Presidente Getúlio Vargas (PR), Landulpho Alves Mataribe (BA) e Abreu e Lima (PE). Medidas jurídicas podem ser tomadas para impedir o desmonte dessa área estratégica no Brasil.

Vice-presidente da Frente, a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) destacou que as políticas do ilegítimo de Michel Temer fazem o país voltar a ser dependente do capital estrangeiro. “Este governo destrói o Estado brasileiro. A paralisia do Brasil em razão da crise dos combustíveis expressa o problema desse tipo de política. Estamos exportando óleo cru, a matéria prima, e importando derivados, reduzindo nossa capacidade de refino para que o país volte à velha política da dependência, colonial”, disse Luciana Santos.

A vice-líder da minoria, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) defendeu a ampliação da agenda de manutenção das refinarias para assegurar também maiores investimentos no setor. “Estamos apresentando uma alternativa de programa de governo. O Brasil tem de garantir uma pauta com elevação das condições tecnológicas para que o seu parque seja autossuficiente e também responda às exigências de exportações,” enfatizou a parlamentar.

Para Elvino Bohn Gass, o presidente da Petrobras Pedro Parente caiu, mas a gestão equivocada permanece trazendo sérios prejuízos ao Brasil. “Nós temos a matéria prima, o petróleo. Temos a logística de exploração e um sistema de refinarias e de distribuição. Isso é estratégico para qualquer política de desenvolvimento. Temos a tecnologia, mas Temer e os golpistas fazem o decreto de desinvestimento. Se alguém tem de investir é a partir da política pública do governo”, afirmou o deputado.

A Petrobras lançou em abril concorrência para vender 60% das refinarias Abreu e Lima e Landulpho Alves, no Nordeste, e Alberto Pasqualini e Presidente Getúlio Vargas, no Sul. Na última segunda-feira (18/6), a estatal informou que cinco empresas já assinaram termos de confidencialidade para avaliar a compra de participações nos projetos.