Trump aprova impostos contra China, que não ficará passiva

Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (15) impostos de 25% sobre produtos chineses no valor de 50 bilhões de dólares (190 bilhões de reais), uma medida que anunciou meses atrás mas que havia deixado em suspenso enquanto negociava com Pequim

Donald Trump e Xi Jinping

O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos publicou a lista de produtos afetados, com um peso significativo na área de tecnologia, e os registrará na próxima semana. O Governo chinês já advertiu que aprovaria represálias em um montante similar, mas Trump afirmou que, nesse caso, imporá mais taxas. A guerra comercial parece incontrolável.

"À luz do roubo de propriedade intelectual e tecnológica e outras práticas comerciais injustas, os EUA implementarão um imposto de 25% sobre 50 bilhões de dólares de produtos da China que contenham tecnologias industrialmente significativas", afirmou a Casa Branca em um comunicado.

Washington colocou os impostos sobre a mesa em março e chegou a apresentar uma lista detalhada de 1.300 produtos que estariam sujeitos aos encargos: desde minerais até componentes utilizados na indústria aeroespacial, passando pelo setor automobilístico, de telecomunicações e medicamentos, entre outros. A China respondeu anunciando impostos sobre produtos norte-americanos em um montante econômico similar. Mas a aplicação ficou parada enquanto os países abriam conversas que, como ocorreu com a União Europeia e as tarifas ao aço e ao alumínio, não renderam frutos.

A China responde pela maior parte do déficit comercial norte-americano (375 bilhões de dólares de um total de 556 bilhões no ano passado) e Trump prometeu ao seu eleitorado reduzir essa defasagem. As tarifas anunciadas e as represálias que se esperam tornam previsível uma escalada que pode ter consequências globais, levando em conta o tamanho das economias que se enfrentam.

Nessa sexta (15), estranhamente, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, está em um encontro com o presidente chinês Xi Jinping. Xi disse que a China e os Estados Unidos têm amplos interesses em comum e uma grande responsabilidade em garantir a paz e a estabilidade mundiais e promover o desenvolvimento e a prosperidade globais. A China, assim como os outros países, colocou-se contra as taxações impostas pelos EUA.

Xi pediu que as duas partes implementem os consensos atingidos por ele e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua reunião em Pequim, reforcem a comunicação, aumentem a confiança mútua, dirijam de forma adequada as diferenças e expandam as cooperações, a fim de garantir que os laços bilaterais continuem adiante pela via correta para beneficiar os povos e o mundo, mas, aparentemente, Trump não concorda com esse discurso, adotando medidas agressivas e unilaterais reprovadas inclusive pela União Europeia.