Nádia Campeão: Manuela D’Ávila revela potencial de crescimento

Com a pré-candidatura ao Planalto lançada oficialmente em novembro do ano passado pelo PCdoB, Manuela D’Ávila tem ampliado as viagens para encontros nos estados e participação em debates, encontros e seminários. Na avaliação de Nádia Campeão, dirigente nacional do partido que coordena a pré-candidatura de Manuela, o ritmo da agenda vai se intensificar.

Por Dayane Santos

Manuela - Foto: Ricardo Stuckert

Segundo Nádia, as viagens de Manuela superaram a expectativa do partido e evidenciaram o potencial de crescimento e aderência das propostas da pré-candidata. “Quando nós decidimos ter uma candidatura presidencial, todos concordaram que foi um ato de grande ousadia do partido, que tinha como motivação o quadro político que o país o passou a viver desde o golpe de 2016”, explicou a dirigente.

“Com o desenrolar da pré-campanha, percebemos que ultrapassamos, e muito, esse objetivo. É uma candidata que tem grande êxito e conta com apoio e aprovação de todo o partido, de Norte a Sul. E mais: conta com a simpatia, o prestígio e a atenção de amplos segmentos da sociedade e da população”, frisou.

“Tem muito a crescer, porque estamos no período de pré-campanha”, acrescenta, destacando que, diferentemente de outras eleições, a pré-campanha antecipou a movimentação eleitoral no âmbito nacional. “Pela primeira vez esse período surgiu para todos os partidos que não sabiam o que podiam ou não fazer. A pré-campanha presidencial começou muito antes das pré-candidaturas dos estados (governadores, senadores, deputados), que só agora começaram a se intensificar.”

Desafio de estruturar a pré-campanha

Com 96 anos de existência, o PCdoB lançou candidato a presidente em apenas três ocasiões em toda a sua história. Para Nádia, a pré-candidatura deu mais visibilidade à legenda.

“A satisfação do partido com o papel que a pré-candidatura está jogando é imensa. É uma candidatura que afirma a existência do PCdoB no cenário político brasileiro feito por uma candidata que fala com propriedade sobre um novo programa de desenvolvimento nacional e traz para o debate a força dos temas emergentes da sociedade, como a questão da mulher, liberdade da orientação sexual, da segurança pública, tudo associado aos temas do desenvolvimento”, salientou.

Questionada sobre como o partido está enfrentando o desafio de fazer pela primeira vez uma pré-campanha nacional de seu candidato próprio, a dirigente afirma que não tem sido uma tarefa fácil, mas que os resultados estão aparecendo.

“Tem sido um desafio grande para a coordenação da campanha, sobretudo para a Manuela. É a primeira vez que a nossa geração organiza uma pré-campanha presidencial. Temos um conhecimento de como organizar a campanha pelos estados e municípios, mas é a primeira vez que temos que movimentar e estruturar uma pré-campanha e fazer circular a candidata em todo o país que tem dimensões continentais”, explica.

Partido forte nos estados

Nádia afirma que o fato do partido estar organizado em todos os estados tem sido um fator positivo. “Temos uma agenda muito boa organizada pelo partido em todos os estados, garantindo que ela pudesse viajar para as capitais, mas também no interior, promovendo a mobilização, ajudando nos projetos regionais do partido e recebendo o apoio de lideranças”, destacou.

De acordo com ela, o foco da legenda tem sido em dar o máximo de visibilidade à pré-candidatura de Manuela, principalmente nos meios de comunicação locais e nas redes sociais.

“Temos estruturado o nosso trabalho levando em conta que a Manuela precisa ter uma participação forte nos veículos que repercutem o pensamento, as ideias, as opiniões e o programa, além de dar conhecimento sobre a própria Manuela”, disse.

Nádia destacou que a forte atuação de Manuela tem sido um diferencial da campanha. “Ela tem um trabalho muito forte nas redes sociais. E isso não é uma coisa desta campanha, mas uma coisa que ela faz desde que começou a sua atividade política na campanha para vereadora”, declarou Nádia, lembrando que Manuela é jornalista de formação.

“Todos os candidatos sabem que é importante estar nas redes e passaram a organizar a sua presença nesses meios. Mas a única que tem perfil forte, conhecimento e habilidade para atuar nas redes é a da Manuela”, reforça a dirigente comunista, frisando que a pré-candidata ainda conta com uma equipe de militantes.

Redes sociais

Ela disse ainda que as redes sociais têm fomentado a agenda da Manuela e incrementado o programa da pré-candidata. “A resposta tem sido imensa. Por ali temos conseguido traduzir muita coisa do programa, muitos comentários do dia a dia”, apontou.

Outro pilar de sustentação da pré-campanha de Manuela, segundo Nádia, é o seu ativismo social e político. “Manuela está presente nas agendas sociais e políticas em todo o país. Ela sempre esteve presente em momentos fundamentais como o 8 de março [Dia Internacional da Mulher], na Parada Gay em São Paulo, no debate das centrais sindicais, entre outras participações.”

Nádia lembrou que Manuela participou de forma muito consistente no processo de defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmando o seu compromisso com a democracia e o Estado Democrático de Direito.

“A presença de Manuela não foi apenas dando declarações, mas ativamente para prestar solidariedade e emitir opiniões políticas sempre na cena dos fatos.”

A coordenadora da pré-candidata fez questão de frisar que, apesar da intensa agenda nacional, Manuela manteve a sua atuação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde exerce o mandato de deputada estadual.

“Durante todo o semestre, a Manuela manteve uma presença regular nas atividades do mandato como deputada estadual. Esteve em todas as votações ocorridas na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul”, salientou.

Intensificar

Nádia adiantou que a proximidade do calendário eleitoral, com o registro das candidaturas previsto para agosto, a agenda deve se intensificar.

“Vamos intensificar a atividade política da Manuela. Vamos acompanhar e responder a todas as oportunidades de debate com outros pré-candidatos, pois é importante dizer o que pensamos e mostrar os limites e diferenças que temos com outros pré-candidatos.”

Por ser o período em que diversos segmentos promovem encontros e debates dos pré-candidatos e apresentar as propostas das categorias, a coordenação considera que serão espaços importantes para que a Manuela fale sobre as propostas de saída para a crise que o país enfrenta.

“Mas será muito importante a presença junto à população, aos eleitoras e apoiadores. Ou seja, pé no chão, caminhar e conversar com a população, pois é isso que dá força para a pré-campanha.”

A disposição de Manuela em participar dos debates contrasta com a decisão do pré-candidato da ultradireita, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que disse que não irá participar dos debates.

Para Nádia, qualquer candidato que se recusa a participar de debates, ainda mais quando se trata de um presidenciável, é uma demonstração da fragilidade de ideias e não tem transparência em suas posições.

“Quando um candidato à Presidência da República diz que não debate, está expondo uma grande fragilidade e demonstra que não está seguro de que das opiniões que pode sustentar e nem tem como enfrentar os problemas que serão questionados. Isso tem fôlego curto na pré-campanha e na campanha será fatal”, disse.

E conclui: “Manuela é o contrário. Ela quer ir no máximo de oportunidade que lhe foram ofertadas, porque temos muito a falar. Temos propostas a fazer. Temos um programa de desenvolvimento nacional e uma perspectiva de país para defender”.