Manuela: “Não basta tirar o Temer, tem que tirar o projeto”

Manuela D’Ávila, pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, participou de evento na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Em discurso, a deputada estadual gaúcha destacou que, diferentemente do que afirma a direita, não é possível falar em retomada do desenvolvimento sem o fortalecimento do Estado brasileiro.

Manuela Bahia

Ao criticar a proposta neoliberal apresentada pelos conservadores, a pré-candidata afirmou que “a direita brasileira é burra e mentirosa”.

Manuela voltou a defender a taxação das grandes fortunas e apontou que a proposta dos candidatos da direita não é diferente da política aplicada e rejeitada do governo Michel Temer (MDB). “O governo Temer procura corpos para reencarnar”, disse Manuela. “Não basta tirar o Temer, tem que tirar o projeto”, completou.

“O Brasil precisa discutir o papel do Estado para o desenvolvimento do país. Não conheço nenhum país desenvolvido que tenha chegado aonde chegou sem um Estado forte. A direita brasileira é burra, ela mente nesse debate. Uma parte é limitada e a outra é mentirosa”, disse a pré-candidata.

Nas redes sociais, Manuela destacou que a grande mídia faz parecer que o retrocesso do governo Temer é resultado de o fato do programa liberal não ter sido aplicado. “Isso não é verdade. O chamado ‘time dos sonhos’ do mercado – Parente, Ilan, Henrique Meirelles – conseguiu fazer quase tudo o que queria. A missão foi bem cumprida”, afirmou, citando a aprovação, sem dificuldade no Congresso, de medidas como a PEC do teto de gastos, a reforma trabalhista e privatizações, incluindo a mudança do modelo de partilha do pré-sal.

“É importante lembrar disso, porque o que fracassou de forma deprimente não foi um governo que não aplicou o programa liberal, mas justamente um que vinha aplicando-o de forma exemplar. Dessa maneira, candidatos do mercado como Alckmin, Marina e Bolsonaro, são, cada um à sua maneira, a reencarnação das políticas de Temer”, explicou.

Para ela, as eleições têm o desafio de derrotar o programa liberal, que foi aplicado pelo golpe de 2016. “A destruição a que estamos assistindo será levada ao grau máximo se receber a legitimidade das urnas”, afirmou.