Greve dos Petroleiros revela como golpe prejudica a população

São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro e Pernambuco são alguns dos Estados onde a greve de 72 horas dos petroleiros mobilizou nesta quarta-feira (30) trabalhadores e movimentos sociais e sindicais. O protesto é pela redução do preço do diesel, da gasolina e do gás de cozinha que atingiram preços abusivos resultante da política de ajustes comandada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente. 

Petroleiros paralisados na Bahia. 30 de maio de 2018 - Sindipetro-BA

Trabalhadores reiteram que a população não será prejudicada. "Não é verdadeiro que a greve pode causar desabastecimento porque, durante a paralisação dos caminhoneiros, a Petrobras continuou produzindo e os tanques estão abarrotados. Conduzimos o processo de tal forma para que não falte combustível para suprir as necessidades da população", disse à Rádio Brasil Atual o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.    

O dirigente também enfatizou que a greve dos petroleiros tem como objetivo estabelecer o diálogo com a sociedade sobre o desmonte que a Petrobras e como isso impacta no dia a dia do trabalhador. "Quando a Petrobras toma a decisão de parar de construir navios e plataformas aqui, ela gera desemprego. O Brasil paga, hoje, a segunda gasolina mais cara do mundo porque a Petrobras decidiu, mesmo tendo toda a capacidade de refinar petróleo aqui, fazer a opção pelo mercado financeiro", exemplifica o petroleiro.

72 horas de greve

Iniciada na madrugada desta quarta-feira a greve de advertência de 72 horas dos petroleiros suspendeu as trocas de turnos nas refinarias e terminais da Petrobras. Na plataforma da Bacia de Campos 25 unidades aderiram ao movimento, segundo a FUP.

Cárcere privado

Em Minas Gerais, o Sindipetro denunciou que a gerência da Refinaria Gabriel Passos mantêm petroleiros em cárcere privado há mais de 24 horas. De acordo com o sindicato, a refinaria se negou a liberar os trabalhadores que quisessem aderir à greve usando a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, à revelia dos trabalhadores, decretou o movimento ilegal.

Intimidação

Em São Paulo, na Bahia, Amazonas e no Rio Grande do Sul os petroleiros estão sob a vigilância da polícia militar dos Estados. Em São Paulo, na refinaria de Paulínia, policiais se instalaram na área interna. Em Canoas, no Rio Grande do Sul, a Brigada Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo contra os petroleiros na manifestação na Refinaria Alberto Pascoalini.

Confira algumas imagens dos atos pelo país:

Refinaria de Capuava (SP)

Refinaria de Duque de Caxias (RJ)

Refinaria Abreu e Lima (PE)

Aracaju (SE)

Araucária (PR)



Petroleiros de Betim (MG)

Petroleiros no Amazonas



Petroleiros de Guaramirim (SC)

Refinaria Alberto Pascoalini (RS)