Sem solução para greve dos caminhoneiros, Temer aciona forças federais

No início da tarde desta sexta-feira (25), o presidente Michel Temer anunciou que o governo deverá acionar as forças federais ( Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança ) para desobstruir as rodovias em razão da mobilização nacional dos caminhoneiros, que entrou no seu quinto dia e já causa um grande impacto nacional.

Michel Temer - Beto Barata/PR

A grave parecia estar chegando ao final nesta quinta-feira (24), quando um acordo foi firmado entre representantes da categoria e o governo federal. Algumas reinvindicações foram atendidas, mas a paralisação segue nesta sexta-feira (25), com 521 pontos de interdição em todo o país. O protesto é contra o aumento do preço do diesel, após o produto sofrer 11 reajustes em 17 dias. E também contra a nova política de preços da Petrobras – sistema que institucionalizou os aumentos abusivos.

Temer optou por acionar as forças federais depois de reunir com minstros e constatar que o movimento segue forte. A assessoria do Ministério da Segurança Pública informou que o governo vai publicar um decreto na tarde desta sexta-feira para autorizar o acionamento das forças federais.

Sem coragem para enfrentar as poderosas multincionais do petróleo, Temer afirmou em pronunciamento  que "o governo teve a coragem de fazer o diálogo, e agora terá a coragem de exercer sua autoridade". Para ele uma "minoria radical" de caminhoneiros seguem paralisados mesmo após acordo do governo com um dos sindicatos que representam a categoria.

Nas rodovias, os caminhoneiros afirmam que não são representados pelo sindicato e não se sentem contemplados pelo acordo com o governo.

O decreto que autorizará a ação das forças federais de segurança será publicado na tarde desta sexta-feira, e, de acordo com informações antecipadas a parte da imprensa, autorizará multas e prisão de caminhoneiros que não retornem ao trabalho, além de autorizar o exército a tomar caminhões e dirigi-los, caso os motoristas se recusem.

Apesar do decreto ainda não ter sido publicado, as Forças Armadas já estariam mobilizadas, segundo o governo. De acordo com fontes do governo, as rodovias devem ser totalmente liberadas e os caminhoneiros manifestantes não poderão permanecer no acostamento. Os militares vão poder entrar em caminhões, se for o caso, para retirá-los da via.

Os caminhões poderão ser apreendidos e os motoristas, presos. Segundo o governo, a prioridade do desbloqueio é garantir abastecimento de combustível em seis aeroportos e duas termelétricas. Entre os aeroportos, estão Brasília, Recife, Congonhas, Confins e Porto Alegre.