Em queda nas pesquisas, Alckmin é rifado até por Michel Temer

Michel Temer disse que vem sendo procurado "com insistência" por um "enxame" de tucanos para negociar uma aliança. O ex-governador e ex-presidente do PSDB Alberto Goldman reagiu dizendo se tratar de uma "papagaiada".

Temer Maia e Alckmin - Alan Santos/PR

"(Temer diz) 'eles estão me procurando. Eu não telefono e dizem que telefono. Eu não procuro, eles é que procuram'. Para que isso? O que isso interessa a qualquer um? Nem eu leio isso, imagina o cidadão comum. O que é isso? Papagaiada", afirmou Goldman.

Com a campanha do presidenciável Geraldo Alckmin sendo rifada pelos tucanos diante dos baixos índices apontados em pesquisas, Michel Temer tenta valorizar o seu passe ao dizer em entrevista ao blog do colunista do G1 Gerson Camarotti, que não é ele que está procurando o ex-governador de São Paulo.

"Eu que estou sendo procurado com insistência pelos tucanos. É o Alckmin que está pedindo encontro comigo. Quando vou a São Paulo, é um enxame de peessedebistas (tucanos) a me procurar", disse Temer. Mas há cerca de um mês a conversa de Temer é que só aceitaria conversar com os tucanos se fosse procurado. Alckmin ligou para Temer dando início a uma aproximação no sentido de alinhar as candidaturas do tucano com a do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB).

Mas a divulgação da pesquisa de intenções de votos mudou tudo. De acordo com a colunista da Folha, Mônica Bergamo, os próprios tucanos acreditam que a campanha de Alckmin não vai decolar. Na pesquisa CNT/MDA, divulgada esta semana, o ex-governador caiu de 8,6% para 5,3%. Já há previsões de que, nesse ritmo, ele poderia 'alcançar' 3% em julho.

O PSDB não quer esperar até julho e nas conversas de bastidores, segundo a colunista, lideranças do PSDB, do PSB e do DEM já cogitam o nome de João Doria na vice de Alckmin, o que abriria caminho a Márcio França em São Paulo. O medo dos tucanos é que Doria reivindique o lugar de Alckmin na chapa, o que ele mesmo já demonstrou querer.

Temer, que tem um índice de aprovação de apenas 4,3%, ainda achou espaço para chutar o pré-candidato tucano ao demonstrar indignação com o fato dos tucanos negarem que Alckmin esteja atrás dele para tratar de eleições.

"Estou indignado. Essa gente está atrás de mim com ânsia. E fica parecendo que sou que estou atrás de Geraldo Alckmin de forma insistente, abanando o rabo", protestou Temer.

Temer disse que além de Alckmin, ele foi procurado pelo ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), pelo governador do estado Márcio França (PSB) e pelos deputados Samuel Moreira (PSDB-SP) e Arnaldo Jardim (PPS-SP). Em seguida, segundo ele, recebeu contato do ex-governador.

"Na sequência, o Alckmin me ligou. Como não pude atender, no dia seguinte liguei para ele", esnobou Temer.

Ao analisar o quadro político, Temer afirmou que em encontro com o tucano e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alertou sobre a fragmentação das candidaturas da direita que ele agora cham de centro. Segundo ele, se os partidos de centro tiverem de 8 a 9 candidatos nas eleições, já se sabe quem vai ganhar. "Certamente, nenhum de centro".

Temer avalia que, a esta altura do campeonato, vai ser difícil unir os partidos em torno de uma candidatura, já que há muitas resistências.