Na França, ocorre greve com forte impacto na circulação ferroviária

Essa segunda-feira (14) foi chamada pelos sindicatos como "dia sem comboios e sem ferroviários"; a circulação ferroviária foi fortemente afetada. O protesto contra a reforma do setor dura há um mês e meio

greve dos ferroviários na frança

De acordo com o L'Express, o 18º dia de greve desde o ínicio de abril dos trabalhadores da Sociedade Nacional dos Ferroviários (SNCF) ficou marcado por uma elevada adesão, especialmente dos condutores e dos controladores.

Como consequência da paralisação, apenas circularam um terço dos comboios de alta velocidade, dos regionais e dos da região parisiense, e um em cada cinco dos inter-cidades.

Em relação ao tráfego internacional, foram suspensas as ligações com a Itália, os comboios para Espanha funcionaram a 50% e, no que que diz repeito à Suíça, foram anuladas nove em cada dez ligações. Apenas se manteve o tráfego praticamente normal com destino à Bélgica e à Holanda, referiu a SNCF, citada pela Prensa Latina.

Este "dia sem comboios e ferroviários", convocado pelas organizações representativas dos trabalhadores da SNCF, insere-se no calendário de paralisações intercaladas (dois dias em cada cinco) entre 3 de abril e o final de junho, estando previstas 36 jornadas de greve.

Defesa do setor público

Os quatro sindicatos do setor – CGT, Unsa, Sud e CFDT – estão, no seu conjunto, fazendo frente à maior reforma no setor desde a nacionalização dos caminhos-de-ferro, em 1937, e que se inclui num pacote mais amplo de reformas econômicas, sociais e trabalhistas de teor neoliberal que o presidente francês, Emmanuel Macron, pretende impor até 2022.

Os trabalhadores opõem-se à destruição do "serviço público ferroviário", com a sua entrega aos operadores privados, a reorganização da SNCF e a destruição dos direitos conquistados pelos ferroviários ao longo de anos. O governo francês se recusa a discutir estes aspectos do projeto.

A poucos dias do debate sobre a dita reforma do setor ferroviário no Senado, os quatro sindicatos decidiram realizar uma consulta, "para que os trabalhadores do setor votem a favor ou contra do projeto do governo".

A administração da SCNF já veio dizer que a consulta "carece de total legitimidade". Os sindicatos esperam uma alta participação dos ferroviários na consulta, que começou hoje e dura até à próxima segunda-feira (21).