Lula diz que vai manter luta pela inocência até ver 'justiça triunfar' no país

 O monge beneditino Marcelo Barros visitou na tarde de hoje (14) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, segundo ele, o petista “está sereno, tranquilo, bem de saúde e disposto”. De acordo com o monge, Lula voltou a mandar recado à militância. “Quero que diga que estou tranquilo, consciente de que sou vítima de uma armação política, e que eles (os militantes) formam uma alma coletiva que não me deixa desistir”, disse Lula.

Monge Marcelo Barros - JOKA MADRUGA/AGÊNCIA PT

“Vou me manter firme na candidatura, na luta pela minha inocência, até ver a justiça nesse país triunfar e a gente construir juntos, nós todos, um mundo de direitos para todos”, acrescentou o ex-presidente, de acordo com o relato.

Perguntado sobre como o povo nordestino encara a situação após a prisão de Lula e a resistência em Curitiba, Barros disse que, em sua opinião, a população considera o que está acontecendo “um verdadeiro milagre”.

“Porque, apesar de toda propaganda da Globo, toda a imprensa e meios de comunicação e a cultura das ruas, digamos assim, (que) impõem intolerância, ódio e animosidade contra o PT e contra Lula especificamente, as pesquisas mostram que a maioria imensa das classes C e D, os mais pobres, estão com Lula e não abre mão disso”.

Para ele, com a prisão e as condenações do ex-presidente, sua popularidade no Nordeste não diminuiu, mas, ao contrário, aumentou. Barros é pernambucano de Camaragibe.

Ele criticou as instituições religiosas oficiais, que “estão omissas e ausentes”. Por outro lado, enfatizou, as pastorais “comprometidas verdadeiramente com o povo” participam ativamente manifestações e vigílias. “Precisamos libertar não apenas Lula da cadeia, mas libertar Deus da cadeia das religiões”, enfatizou Marcelo Barros.

Pela manhã, na vigília, o deputado federal Marco Lula Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara dos Deputados, Markus Sokol, integrante da executiva nacional do PT, e Angelo Vanhoni, secretário-geral do PT do Paraná, participaram do rotineiro “Bom dia, presidente Lula”.

Em debate realizado no acampamento, Maia e Sokol denunciaram a influência dos Estados Unidos no golpe que derrubou a ex-presidenta Dilma Rousseff e a ligação de procuradores da Lava Jato com autoridades norte-americanas.

Essa cooperação entre agentes brasileiros e norte-americanos está em total desacordo com as leis brasileiras, de acordo com eles. Maia afirmou ainda que apenas Lula pode interromper o retrocesso, a suspensão de direitos e a destruição da soberania nacional desencadeados pelo governo Michel Temer após o golpe.

No domingo (13), a coordenação da vigília divulgou uma nota reafirmando o caráter pacífico de suas mobilizações e denunciou uma "manifestação fascista" contra o acampamento liderada pelo militante Eder Borges, vinculado ao deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR) e ao MBL.