PCdoB-CE discute projeto eleitoral e ações para próximos meses

O Comitê Estadual do PCdoB-CE realizou no último sábado (28) mais uma reunião ordinária. Os dirigentes debateram o quadro político nacional e internacional, analisaram o andamento do projeto eleitoral no Ceará e definiram as ações prioritárias tanto para a direção estadual quanto para comitês municipais e organizações de base que devem mobilizar militantes, filiados e amigos do PCdoB e de seus pré-candidatos, garantindo o êxito da “Campanha dos 100 Dias” deflagrada pelo Comitê Central.

Comitê Estadual discute projeto eleitoral e ações para próximos meses

Luis Carlos Paes de Castro, presidente do PCdoB-CE, iniciou sua intervenção destacando o término da primeira etapa do processo eleitoral, que exigia a desincompatibilização de pré-candidatos de cargos públicos e o final do prazo de filiações para pessoas que pleiteiam disputar as próximas eleições. “Nosso projeto eleitoral está em plena construção, com adesão de novas lideranças, confirmação de nossos pré-candidatos e diálogo com outras legendas”, ratifica.

O dirigente destaca que as eleições deste ano serão realizadas num clima de muita tensão e aprofundamento da luta de classes no Brasil e no mundo. Ele cita a guerra comercial entre Estados Unidos e China, os movimentos feitos pelo imperialismo e seus aliados na tentativa de isolar a Rússia e a China, os ataques à Síria e a questão da península coreana. O diálogo entre os líderes das duas Coreias que culminou, nesta semana, em acordos de paz, “tem evoluído positivamente, abrindo caminho para a desnuclearização da região e o estabelecimento de uma paz duradoura, além de apontar para uma redução da influência americana na região”, enaltece.

Segundo Paes, apesar de os Estados Unidos insistirem em vender uma imagem de que o mundo está bem, a verdade é que as contradições se aprofundam, cresce o emprego precário e as massas trabalhadoras perdem poder de compra e direitos sociais, “na mesma proporção em que aumenta a concentração de renda nas mãos de um punhado de bilionários em escala planetária e, embora a influência da direita ainda seja grande, a tendência no médio e longo prazos é de crescimento da resistência popular e de avanço das forças comprometidas com a paz e o bem-estar social”.

“No Brasil a situação não é diferente. A condenação sem provas e a recente prisão de Lula mostram dois aspectos contraditórios do atual momento político. Por um lado força e por outro fragilidade do consórcio golpista. Força porque ainda controlam a maioria do Congresso Nacional, setores importantes do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da grande mídia, capitaneada pelo Sistema Globo de Comunicações, o que permite encaminhar seus projetos de conteúdo antinacional e antipopular, ao mesmo tempo em que destroem o Estado Democrático de Direito e rasgam a Constituição de 1988. Por outro lado, o aspecto da fragilidade reside em que todas essas medidas de caráter antinacional e antipopular são rejeitadas pela maioria do povo. Temer não consegue dez por cento de apoio popular, ele e os demais candidatos do campo golpista são batidos fragorosamente por Lula que, por isso mesmo, foi condenado injustamente e está preso”.

Segundo Paes, tentam impedir Lula de ser candidato porque não encontram um nome que aglutine todas essas vertentes que sustentam o golpe com alguma expectativa de vitória. “Não querem cometer o mesmo erro de 1950, quando tentaram mas não conseguiram impedir a candidatura de Getúlio Vargas que terminou por vencer o pleito por ampla maioria. Assim, como não conseguem impor sua vontade pela via democrática, apelam para recursos cada vez mais autoritários, o que põe em risco até mesmo o pleito eleitoral deste ano”, ressalta.

Diante deste cenário, Luis Carlos Paes ratifica que a “resistência ao golpismo, em todos os sentidos, deve continuar sendo prioridade, aliada à defesa da democracia e da liberdade de Lula. Enquanto persistir este programa golpista não teremos estabilidade no Brasil. Vamos buscar ações que aglutinem forças, dentro dos partidos, com os movimentos sociais e todos os setores democráticos, procurando construir uma ampla frente que vai se forjando em cada batalha e nas conversações sobre um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil”. Ele cita a mobilização contra a prisão de Lula e todas as batalhas e mobilizações em curso, chamando atenção, neste momento, para as comemorações do 1º de Maio, que poderá reunir milhões de pessoas em todo o Brasil.

Batalha eleitoral

O presidente do PCdoB-CE destaca que é neste cenário de instabilidade e dificuldade política que acontecerão as eleições deste ano. “Enfrentaremos uma dura batalha eleitoral”. Ele reforça que as articulações do Partido já estão sendo encaminhadas no sentido de garantir as atuais duas vagas na Assembleia Legislativa do Ceará, e ratificar a vaga do PCdoB no Congresso Nacional, com grandes possibilidades de ampliar o número de comunistas tanto no parlamento cearense quanto na Câmara dos Deputados. “Estamos tendo diálogos importantes, realizando um debate amplo de alternativas, reforçando nossas fileiras com novas filiações, cumprindo uma agenda que será fundamental para a consolidação de nossas candidaturas. Tudo isso nos fortalece e nos coloca em boas condições para enfrentar esta batalha que será muito dura”, considera.

O dirigente reforçou a importância deste período de pré-campanha, que já deve estar em pleno andamento. “É neste período que nossos pré-candidatos devem construir suas campanhas sob os mais diferentes aspectos. Estamos num momento decisivo que será coroado com a realização da convenção eleitoral no início de agosto. A partir de então se dará a campanha aberta com a popularização do nome e do número do candidato e a consolidação do voto”, sugere.

Paes acrescenta ainda que este período de pré-campanha deve envolver não só os militantes, mas os amigos do partido e dos candidatos e que o ideal é que todas as ações devam combinar a pré-campanha dos federais, dos estaduais e da Manuela, pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB. “Ela deve estar conectada e inserida em todas as batalhas, atividades e cenários. Deveremos acionar todos os municípios para realizarem atos e ações que envolvam os pré-candidatos e fortifiquem o Partido neste período”, reforça.

Campanha dos 100 Dias

Com o projeto eleitoral em construção nesta fase de pré-campanha, a secretária estadual de Organização, Teresinha Braga Monte detalhou a direção do partido sobre a “Campanha dos 100 Dias”. Lançada em 16 de abril, data do lançamento da Carta Compromisso de Manuela D’Ávila, a campanha dos ‘100 Dias de Mobilização Militante’ se dará através de todos os organismos partidários (direções estaduais, comitês municipais e bases) até a data da Convenção Estadual, ainda a ser definida. “A ação nacional tem o objetivo de reforçar a pré-campanha em todo o país, focada nos candidatos do PCdoB. Cada cidade deverá discutir, planejar e organizar ações para promover os pré-candidatos comunistas”.

Teresinha reforça que as ações de pré-campanha devem estar ligadas aos acontecimentos diários de candidatos, dos movimentos sociais, do povo, do cidadão e da cidade como um todo. “Podemos estar no 1º de Maio, nas mobilizações populares, nas atividades locais e nacionais como a Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação da Mulher, o Congresso da UJS e o Congresso do Povo”, exemplifica.

As ações nas bases do partido deverão envolver amigos e militantes do partido no sentido de amplificar as propostas comunistas para as eleições e viabilizar o projeto eleitoral. “A plataforma “OCUPA” – www.ocupa.org.br/manu – surge como moderno e eficiente espaço de debate, aliando tecnologia ao diálogo, onde todos poderão contribuir e conhecer as propostas do PCdoB”, reforça.

Teresinha Braga Monte também destaca ferramenta www.manupelobrasil.org.br, que garante o financiamento coletivo na pré-campanha eleitoral do PCdoB. Pelo site, as contribuições ajudarão não só a candidatura de Manuela, mas também impulsionarão as pré-campanhas dos candidatos nos Estados.

Ao longo do dia, foi aberta a fase de intervenções, onde os comunistas discutiram o informe político e também sobre a estruturação do Partido em todo o Estado.