Manuela: País sem indústria não pode dar condições dignas a seu povo

Em entrevista ao portal T1 Notícias (Tocantins), a pré-candidata do PCdoB à presidência da República, deputada estadual gaúcha, Manuela D’Ávila, afirmou que a crise política só será resolvida com a plena participação popular para que haja uma mudança no modelo desacreditado atualmente.

Manuela no Rio - Foto: Reprodução/Facebook

“Defendemos a valorização da política. Como alguém já disse, quem não gosta de fazer política está condenado a ser governado por quem gosta. Mas, para que as pessoas voltem a considerar a política como uma atividade positiva é preciso enfrentar a corrupção e governar com transparência”, frisou Manuela.

A pré-candidata destacou que a transparência é o principal instrumento para o combate aos privilégios, tão criticados atualmente. Manuela afirma que a sua proposta é ter um governo “com paredes de vidro: vamos instituir mecanismos que garantam transparência total das atividades governativas”.

Ao falar sobre os desafios econômicos do país, a pré-candidata destacou que é retomar o crescimento, com destaque para a indústria. “Defendo um novo projeto nacional de desenvolvimento que permita que o Brasil se realize plenamente como nação independente. Somos um grande país, mas nossas riquezas são sugadas pelas grandes potências e corporações internacionais”, diz ela.

O desmonte da indústria nacional forma uma dos temas abordados no lançamento do manifesto “Liberdade para o Brasil, para Lula e para as Brasileiras e Brasileiros”, realizado no último dia 16, em São Paulo.

“Sofremos um processo de recolonização, especialmente depois do golpe de 2016. Nesse nosso projeto tem um lugar especial a luta pela reindustrialização do Brasil. País sem indústria é país pobre, que não pode dar condições dignas para o seu povo”, disse.

Na entrevista, Manuela afirmou que planeja percorrer todo o Brasil nos próximos meses para ampliar o debate em torno dos pontos apresentados no manifesto. “Quero percorrer todo o Brasil apresentando as nossas ideias. Já fui a 12 Estados. Temos, inclusive, uma vaquinha virtual para ajudar a viabilizar as viagens”, contou a pré-candidata.

De acordo com o site, o presidente do PCdoB e pré-candidato a deputado federal, Nésio Fernandes, confirmou a agenda de Manuela ao Tocantins está no planejamento de campanha da pré-candidata. “Estamos tratando isso com a camarada Nádia Campeão, ex-vice-prefeita de São Paulo e coordenadora da campanha da Manu. O Tocantins estará sim na rota da Manu”, disse.

Campanha de ódio

Sobre a onda do discurso de ódio propagado nas redes e os ataques que enfrenta nesse período sombrio, a pré-candidata do PCdoB reforça que é preciso dar resposta firme as ações.

“O meu partido sofre preconceito, claro. Mas, ao mesmo tempo é um trunfo da campanha. Temos 96 anos, somos o partido mais antigo do Brasil e podemos oferecer ao povo uma bandeira sobre a qual não há uma só mancha. Ninguém defendeu tanto o povo brasileiro e seus interesses como os comunistas”, resgata.

Ao falar sobre o Tocantins e a região Norte do Brasil, última fronteira agrícola, Manu reafirmou a necessidade de um projeto de país com espaço que tenha o agro num dos eixos, com foco nas exportações. “Nossa ideia de desenvolvimento nacional tem no campo uma de suas bases fundamentais, dado o país ser uma potência agrícola. Vamos investir pesado em infraestrutura, em pesquisa e em ciência e tecnologia, de modo a garantir que possamos aumentar o valor agregado de nossas exportações”.