Partidos obstruem votações por causa do julgamento de Lula no STF

PCdoB, Psol, PT, PDT e PSD anunciaram obstrução às votações do Plenário diante do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele não seja preso até que sejam decididos todos os recursos contra a sua condenação.

plenário - Vinicius Loures/Agência Câmara

Alguns deputados também chamaram a atenção para as declarações, por rede social, do comandante-geral do Exército, general Villas Boas. O militar escreveu que “se mantém atento às suas missões institucionais” e compartilha “com os cidadãos de bem” o “repúdio à impunidade”.

O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), disse que a declaração do general ofende a Constituição. “Chegamos a um momento em que a defesa da democracia é uma escolha”, disse. Ele também ressaltou que os juízes inflamam a polarização política ao falar em entrevistas.

Líder do PDT, o deputado André Figueiredo (CE) disse que o general questionou a autonomia do Poder Judiciário em uma “ameaça inapropriada”. Já o líder do PCdoB, deputado Orlando Silva (SP), disse que a Câmara precisa discutir a crise política. “Há uma tensão política crescente, uma evolução preocupante, e o Parlamento precisa defender o Estado democrático de direito”, disse.

O adiamento dos trabalhos também foi defendido pela deputada Erika Kokay (PT-DF). “Neste clima político, não tem como o Parlamento dar aspecto de normalidade ao funcionamento”.
O Plenário acabou encerrando a sessão sem votações e uma nova sessão foi iniciada na tentativa de discutir a regulamentação do lobby (PL 1202/07), mudanças no cadastro positivo (PLP 441/17) e o Sistema Único de Segurança Pública (Susp- PL 3734/12).