Governantes israelenses parabenizam exército por massacre em Gaza

O ministro israelense da defesa recusou os pedidos do secretário-geral das Nações Unidas para uma investigação a violenta repressão em Gaza, que matou 16 palestinos. Em vez disso, saudou o exército

Benjamin Netanyahu e Avigdor Lieberman - EPA

Avigdor Lieberman recusou liminarmente a "investigação independente e transparente" pedida por Antônio Guterres, após a violenta repressão dos protestos na fronteira da Faixa de Gaza pelo exército israelense, que matou 16 palestinos e provocou 750 feridos, de acordo com a agência Ma'an, e mais de mil, segundo a PressTV.

O ministro da defesa disse à rádio pública israelense no domingo (1) que o exército "fez o que tinha que ser feito" e que "todas as tropas merecem um elogio". No sábado (31), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também elogiou, através do twitter, a ação das forças israelenses.

De acordo com o grupo palestino de direitos humanos Adalah, citado pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Oriente Médio (MPPM), o exército israelense fez uma publicação na sua conta oficial no twitter assumindo "'acidentalmente' a responsabilidade pelos ataques aos manifestantes palestinos". 

"Vimos 30 mil pessoas; chegamos preparados e com reforços precisos. Nada foi realizado sem controle; tudo foi preciso e medido, e sabemos onde cada bala acertou". A publicação foi apagada pouco depois da publicação.

A "investigação independente e transparente" pedida por Antônio Guterres e, posteriormente, pela Alta Representante da União Europeia das Relações Exteriores, Federica Mogherini, foi bloqueada pelas autoridades israelenses. Da mesma forma, os Estados Unidos usaram do seu poder de veto para bloquear uma declaração de condenação da ação de Israel pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, na reunião de emergência pedida pelo Kuwait na noite de sexta-feira (30).