Países do G-20 pressionam EUA sobre tarifas protecionistas 

A primeira grande reunião do G-20 de 2018 está marcada pela tensão entre os EUA, a China e a União Europeia devido ao risco de uma guerra comercial em decorrência da decisão de Donald Trump de estabelecer tarifas de 25% sobre a importação de aço e 10% sobre o alumínio

reunião do G-20 em 2018 - AFP

A pressão por parte dos outros países integrantes do G-20 contra a adoção dessas tarifas pelos EUA foi praticamente unânime. Vários países tentavam incluir no comunicado do encontro uma mensagem contra as políticas unilaterais que prejudicam o crescimento, segundo informa o jornal espanhol El País.

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, disse ter falado diretamente com Steven Mnuchin, secretário norte-americano do Tesouro, em relação ao assunto para lhe explicar que, embora admita haver um “excesso de oferta de aço no mercado”, a solução “não é introduzir qualquer medida unilateral nem uma guerra comercial” contra a Europa. “Eu disse bem claramente a Mnuchin: esperamos que a União Europeia fique totalmente isenta destas novas tarifas norte-americanas para o aço e o alumínio. A Europa não é a origem do problema”, declarou o ministro francês, numa referência velada à indústria da China, que vem crescendo e ameaçando ultrapassar a economia e a influência norte-americana. 

Olaf Scholz, ministro alemão da Fazenda, também manifestou preocupação. “Devemos procurar que o protecionismo não determine o cenário mundial, e que os mercados abertos continuem a determiná-lo”, disse.

Ao final do dia já não restavam dúvidas de que o tema comercial era o foco de todas as atenções. “Falou-se sobre o risco de uma guerra comercial e sobre as consequências negativas que ela terá para o atual clima de crescimento econômico global”, afirmou o chefe do Bundesbank (banco central) alemão, Jens Weidmann. “Está claro que uma escalada desse tipo afinal só deixará perdedores. Por isso, a posição majoritária foi de que os conflitos sejam resolvidos de acordo com o sistema de comércio baseado nas regras vigentes”, acrescentou Weidmann, ao El País.