Ministro afirma que assassinato de Marielle foi execução

Em entrevista publicada neste sábado (17) pelo jornal Correio Brasiliense, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, definiu o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) como “uma execução”. Um dos mentores da intervenção federal no Rio de Janeiro, o general afirmou que “não é prudente abandonar nenhuma” hipótese para o crime durante as investigações.

Sérgio Etchegoyen, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), - Antonio Cruz / Agência Brasil

O ministro chegou a se referir a Marielle como “adversário político” ao argumentar não haver justificativa para uma execução como aquela em um “país sadio”, mesmo que a atuação da vereadora fosse “mais ou menos agressiva, aguerrida”.

Etchegoyen aproveitou o caso para defender maior punitivismo no sistema penal brasileiro. Segundo o ministro, caso os responsáveis pelo crime seja identificados, eles provavelmente responderão pelo assassinato em liberdade, após anos aguardando um julgamento. Quando condenados em trânsito julgado, afirmou o general, vão cumprir “apenas um 1/6 da pena antes de começar a progressão”.

Para o ministro, o assassinato da vereadora não é uma reação à intervenção federal. Segundo ele, a intervenção é “aquilo que sobrou” e não foi uma decisão improvisada, pois qualquer planejamento seria “tempo perdido”.

Na entrevista, Etchegoyen ainda afirmou que o Rio de Janeiro agora tem dois governadores de fato. “Um que governa tudo (menos a segurança), e outro que governa segurança pública e administração penitenciária”.

O general adotou um discurso reducionista ao atribuir o problema de segurança fluminense à "credibilidade de um sistema de gestão, de modelo”. De acordo com Etchegoyen, os problemas das polícias no estado resultam da maneira como se lida com essas questões.

Para o ministro, a escolha de um interventor “que não tem compromisso nenhum com a próxima eleição nem com partido nenhum” ajudará no resultado da intervenção, assim como a seleção de “pessoas de conduta irretocável, aprovadas pela sociedade” para cargos de segurança no estado.