Espanha convoca greve de 24h nesse 8 de março

A iniciativa começou na Espanha, mas deve se refletir em 177 países, com o apoio de sindicatos. No ano passado, houve um ensaio geral, quando manifestações de massa foram convocadas para a data


mulheres fazem greve no dia 8 de março - Reuters

"Queremos mostrar que, se nós paramos, o mundo para", dizem os grupos feministas. Pelo menos na Espanha, além de não ir ao trabalho nesse dia, as mulheres são convidadas a não assumir cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, tarefa que majoritariamente recai sobre elas — segundo pesquisas internacionais, as mulheres dedicam duas vezes mais horas ao trabalho não remunerado do que os homens, com 26,5 horas por semana para cuidar de crianças ou familiares, tarefas domésticas, contribuições não pagas.

Outro pedido é que, nessa data, mulheres não comprem produtos e que alunos e professores não vão às aulas.

Ano passado, quando coletivos feministas também convocaram uma greve de 24 horas na Espanha, os sindicatos apoiaram os protestos apenas com paradas simbólicas de 15 minutos. Desta vez, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), sindicato atuante desde a decada de 1970, já apresentou o aviso de greve, abrangendo o dia inteiro. No caso da CGT, porém, a chamada à greve é generalizada, incluindo também homens, e não só mulheres.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT), sindicato operário espanhol, não aderiu à greve de 24 horas, mas somente de duas horas por turno.

A iniciativa é da chamada Comissão de 8M, uma plataforma de organizações feministas da Espanha que coordena a greve e diferentes manifestações planejadas para o dia.