CNBB: Grupos sociais vulneráveis são as maiores vítimas da violência

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha da Fraternidade 2018, com o tema Fraternidade e Superação da Violência. Em documento divulgado, a entidade, aponta formas e tipos de violência no Brasil, dando destaque às praticadas contra os negros, os jovens e as mulheres.

Dom Sergio da Rocha CNBB

“Os grupos sociais vulneráveis são as maiores vítimas da violência”, disse o presidente da entidade, cardeal Sérgio da Rocha, durante entrevista coletiva no lançamento da campanha nesta quarta-feira (14).

“A Igreja sempre tem alertado sobre a perda de direitos sociais. Não podemos admitir que os mais pobres arquem com sacrifícios maiores. Precisamos de políticas públicas para nos ajudar a superar e a assegurar os direitos fundamentais que as pessoas têm”, completou o cardeal.

O presidente da CNBB também listou como prática violenta, a corrupção que, segundo ele, é uma forma de violência que mata.

“Ao desviar recursos que deveriam ser usados em favor da população, os políticos acabam promovendo uma outra forma de violência contra o ser humano, a miséria”, defendeu o cardeal.

“Queremos superar também formas de violência como as representadas pela miséria e pela falta de vida digna”, argumentou o religioso, que criticou também os políticos que vêm adotando em seu discurso o uso da violência como forma de combate à violência.

Para ele, a Igreja Católica vem atuando no sentido de esclarecer seus seguidores sobre o risco desse tipo de política. “É um equívoco achar que superaremos a violência, recorrendo a mais violência. [Nesse sentido,] a igreja está orientando os eleitores, ajudando-os a formar sua consciência e a identificar quais candidatos estão comprometidos com a paz”, salientou.

O cardeal também citou a propagação do ódio e da intolerância nas redes sociais como outra forma de violência crescente no país onde, de acordo com ele, identifica-se “um triste crescimento da agressividade”.

Segundo ele, os meios de comunicação “são vitais para a superação da violência”, no entanto, as programações violentas em busca de audiência são prejudiciais para a população. “Quanto mais filmes violentos assistirmos, mas violentos nós seremos”.