Edu Goldenberg: "acredito no projeto do PCdoB"

Eduardo Goldenberg, advogado, comunicador, escritor anunciou a sua filiação ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) – Rio de Janeiro nesta semana. Segundo o PCdoB, uma importante contribuição às fileiras militantes. Em entrevista, Edu contou que é a primeira vez que se filia a um partido político e tomou a decisão pelo grave momento em que o país atravessa. Para ele, período como este carece de uma posição marcada para enfrentar os retrocessos.

Eduardo Goldenberg

Segundo Goldenberg, o Brasil vive a mais grave crise. “Não me lembro de algo tão nocivo quanto o golpe jurídico-parlamentar que golpeou a democracia e o mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff”. Em sua opinião, “o governo ilegítimo de Michel Temer em pouquíssimo tempo deu início a um desmonte do Estado brasileiro sem precedentes, destruindo conquistas que imaginávamos consolidadas para os trabalhadores e trabalhadoras e está pondo à venda, de forma acintosa e às escâncaras, o Brasil”.

Edu Goldenberg é graduado em Direito pela PUC-Rio de Janeiro, mas também é bem conhecido nos meios de comunicação. Já foi colunista do Jornal do Brasil, onde escrevia sobre o bairro da Tijuca – lugar onde ele nasceu, cresceu e vive até hoje, teve o seu livro publicado em 2005, “Meu lar é o botequim”, apresentado por Fausto Wolf e prefaciado pelo escritor e compositor musical Aldir Blanc que descreve Edu como “carioca dos ovos, carioca da bunda, da Zona Norte, de blocos e bares, de becos e esquinas”. O canal no YouTube, segundo Edu, foi fruto do convite de dois cineastas, Bruno Laet e Pedro Nicol. “Rendeu uns filmes que, vistos hoje, muito me comovem, e ainda há material inédito para ser posto no ar”, contou.

O mais novo filiado comunista conta ainda que está escrevendo mais dois outros livros que serão lançados em 2019 e recentemente foi convidado para escrever para a Revista Fórum.

Na visão do Edu que nasceu no Rio de Janeiro em 1969, o estado está há muitos anos “nas mãos de ladravazes que não têm nenhum compromisso, a não ser com o seu próprio enriquecimento ilícito”. Mas, segundo ele, não se pode culpar apenas os políticos e os gestores. “Se os órgãos de controle e o sistema de Justiça funcionassem a contento, talvez o Rio não estivesse na situação em que está”, destacou.

Admirador de Brizola, “o homem que fez vergar a Rede Globo quando ganhou direito de resposta, episódio épico da História do Brasil”. Um brasileiro máximo, um patriota, acima de tudo, elogia.

Segundo Edu, o governo de Brizola no Rio de Janeiro “deu à população mais necessitada, dignidade (algo, guardadas com cuidado as devidas proporções, que Lula fez durante seus dois governos em nível nacional), e por isso a comemoração dessa mesma gente diante da perseguição implacável sofrida pelo ex-presidente”.

Edu também comentou sobre a Operação Lava Jato, para ele, um dos principais motivos de desmonte do estado do Rio. “A malfadada Operação Lava-Jato atentou contra o Estado do Rio de Janeiro destruindo indústria, construção civil, gerando desemprego, tudo dentro de um quadro muito complexo, como complexo é o Estado do Rio”.

Questionado sobre as pré-candidaturas que o PCdoB apresentou, com a Manuela D’Ávila à Presidência da República e o Leonardo Giordano ao governo do Rio de Janeiro e o projeto do PCdoB de desenvolvimento nacional com saídas para a crise que o país atravessa, Edu respondeu enfaticamente, “acredito no projeto do PCdoB, ou não me filiaria”.

E conclui: “é preciso uma união de saberes e de forças políticas para sair dessa crise, pois somente um governo popular, com base popular, com eco junto ao povo carioca, pode tirar o Rio de Janeiro do atoleiro em que se encontra”.