Por dentro do PCdoB São Paulo: Fernando Borgonovi e a Organização

A série “Por dentro do PCdoB São Paulo” apresenta os desafios e as prioridades dos comunistas na capital paulista, conforme o Seminário de Planejamento promovido em 20 de janeiro pelo Comitê Municipal do Partido. A cada entrevista da série, um secretário municipal apresentará, brevemente, os planos de atuação partidária em sua respectiva área. É uma maneira de você – dirigente, militante, filiado e simpatizante – ficar cada vez mais “por dentro do PCdoB”!

borgonovi

Jornalista formado, Fernando Henrique Borgonovi assumiu a Secretaria Municipal de Organização do PCdoB São Paulo (SP) em 2014. Aos 36 anos, já foi assessor parlamentar e secretário estadual de Comunicação do PCdoB-SP. Sua entrevista é a terceira da série “Por dentro do PCdoB São Paulo”

VermelhoSP – Qual é a importância da Organização para o PCdoB São Paulo? Por que essa área deve receber a atenção do conjunto dos dirigentes e da militância – e não apenas da própria Secretaria?

Fernando – É da tradição do Partido Comunista se enraizar nas lutas do povo através de organizações de base. Dessa forma, é possível conhecer as demandas, organizar as formas de reivindicações, forjar novas lideranças e formá-las politicamente. Assim, Partido e movimento social interagem, se retroalimentam e se fortalecem para lutar por direitos e por uma sociedade socialista.

É um dever de todo militante comunista ter laços com a sociedade e buscar politizá-la, mostrar que o mundo não nasceu capitalista e não precisa morrer capitalista, que há uma esperança para a Humanidade. Só que isso não virá de maneira espontânea – e, sim, com luta cotidiana e organização.

Como está organizado o Partido na capital paulista hoje? De que maneira a Secretaria de Organização dialoga com essas bases?
– Através das organizações de base, cerca de 80 reunidas na última Conferência, ligadas a mais de duas dezenas de comitês distritais e comitês de categorias profissionais. Constituímos um Fórum de Comitês Distritais e um Fórum de Comitês de Categoria, por onde procuramos dar fluência às campanhas do Partido. Além disso, temos as reuniões do Comitê Municipal, acompanhamos as reuniões dos comitês distritais, que organizam as agendas das bases. Também costumamos fazer plenárias mais amplas com os filiados.

Quais são as prioridades apontadas no planejamento da Organização aprovado no Seminário? De que maneira esses encaminhamentos podem ajudar o PCdoB a se estruturar e se fortalecer mais em São Paulo?
– As prioridades são contribuir com o êxito do projeto eleitoral do Partido em 2018, reelegendo cadeira na Câmara Federal e ampliando a presença na Alesp. Outro objetivo é fortalecer as bases partidárias, em especial entre os trabalhadores. Algumas eleições sindicais serão decisivas para a cidade, como a dos Condutores e a do Sintaema.

Neste ano de eleições gerais, o PCdoB deve lançar candidatos a deputado federal e a deputado estadual com atuação em São Paulo. Os avanços da Organização, ao longo de 2018, podem ajudar essas campanhas eleitorais?
– Sem dúvida. E uma vitória em 2018 também será determinante para fortalecer o projeto de 2020, quando devemos avaliar candidatura à Prefeitura de São Paulo e a retomada de cadeiras na Câmara Municipal.

Um PCdoB mais organizado pressupõe que ele esteja mais ligado às lutas concretas da cidade nas várias regiões e categorias profissionais. Ninguém se organiza só para debater ou para fazer aquilo que se chamava de “diletantismo”. As pessoas se ligam às organizações que atuam efetivamente na luta pelos direitos e, através da participação, vão se forjando e ganhando consciência política transformadora. Essa ligação com a vida concreta cria bases sociais e eleitorais que passam a confiar e votar no Partido.