Apesar do acordo de paz, ativista ambiental é assassinada na Colômbia

A líder ambientalista colombiana Yolanda Maturana foi assassinada na noite da última quinta-feira (1/2) em sua residência no município de Pueblo Rico, na Colômbia (cerca de 400 km ao noroeste de Bogotá).

Violência contra ativistas na Colômbia - Divulgação

Segundo organizações de direitos humanos do país, homens armados e encapuzados invadiram a casa da ativista e dispararam várias vezes contra ela.

Elsa Gladys Cifuentes, advogada colombiana e especialista em direitos humanos, confirmou a morte da ativista e ainda afirmou que havia recebido denúncias de povos indígenas locais sobre homens encapuzados ameaçando moradores.

Mutarana era conhecida pelo seu trabalho nos estados de Risalda (centro) e Chocó (noroeste), denunciando mineração ilegal e a contaminação de fontes hídricas. Segundo as Nações Unidas, pelo menos 73 ativistas foram assassinados na Colômbia só no ano passado.

Desde que o acordo de paz foi implementado, no final de 2016, diversas áreas que antes recebiam proteção das Farc (então guerrilha, hoje partido político) ficaram “descobertas”. Com isso, o crime organizado, que não foi desmobilizado, ocupou estes territórios e centenas de dirigentes sociais e ativistas correm perigo.

Segundo um estudo da ONG Front Line Defenders, a América Latina é onde mais acontecem crimes contra defensores dos direitos humanos. Em 2017 foram registrados 312 assassinatos de ativistas, destes, 212 aconteceram no continente latino-americano. A Colômbia e o Brasil lideram os índices de violência com 156 vítimas, equivalente a 73,5% do total.