Manuela: Defender Lula é defender que qualquer um possa concorrer

Manuela D’Ávila, pré-candidata pelo PCdoB à Presidência da República disse que defender Lula é defender que qualquer brasileiro possa concorrer democraticamente as eleições. Sua fala ocorreu no ato de transferência simbólica da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) para a capital do Rio Grande do Sul, que tem como objetivo lutar pela democracia brasileira em solidariedade ao ex-presidente Lula.

Manuela D Avila

“O que está em jogo não é o mero direito de um brasileiro concorrer. É a manutenção da ideia de que qualquer brasileiro possa concorrer.”, declarou a pré-candidata que foi ovacionada pelos estudantes. E completou: “Defender o direito de Lula concorrer a disputa eleitoral é defender as saídas que precisamos construir para o atual cenário. São saídas democráticas que incluem os trabalhadores e trabalhadoras”.

Manuela concluiu ressaltando a importância da UNE que sempre esteve presente nas lutas de resistência do povo brasileiro contra o neoliberalismo. “Eleição sem Lula é golpe! Queremos um Brasil soberano, democrático e desenvolvido”.

Na ocasião, também fizeram uso da palavra o deputado do PCdoB-SP, Orlando Silva (ex-presidente da UNE) e o membro da Comissão Política do Comitê Central do PCdoB, Aldo Arantes que foi presidente da UNE no início dos anos 60.

Aldo deu uma aula da história de luta da entidade e destacou que a UNE tem jogado papel decisivo pela sua coragem, mesmo em momentos diferentes na história do país, vem mostrando essa garra, lembrou.

Segundo Aldo Arantes, o ato de hoje é necessário. “É o grito da juventude brasileira que diz: ‘não vamos aceitar que impeçam a candidatura do ex-presidente Lula’, disse.“Eleição sem Lula é mais um golpe”

Para o dirigente comunista, “esse julgamento marcará a história brasileira. Se Lula for condenado, vai ter luta. Se Lula for absolvido, vai ter luta”.

No mesmo tom, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou que a defesa do ex-presidente Lula é o combate à desigualdade social em que vive o país e lembrou da notícia divulgada hoje, em que apenas 5 pessoas bilionárias no Brasil concentram riqueza equivalente à metade da renda da população brasileira.

Orlando Silva ressaltou ainda que diferentemente do restante dos julgamentos ocorridos no Brasil, é estranho que o de Lula acontece em prazo recorde. “A média dos julgamentos são de 100 dias, do Lula foi 50 dias”. Mesmo assim, disse Orlando, vê um aspecto positivo nesse processo. “Politizaram para tirar o Lula do jogo, eles vão dar um tiro no pé, porque vão estimular um diálogo mais amplo”, disse.

O deputado destacou ainda que acredita na absolvição de Lula por falta de provas. “No afã de tirar Lula do jogo, fizeram muita lambança”, ressaltou.

Para o parlamentar, a mobilização popular deve ser constante, principalmente neste ano de disputa eleitoral. “Nós temos que ter um pé no Palácio e um pé na rua. É preciso resgatar a democracia e que possamos jogar o jogo em 2018, e a minha impressão é que o povo não aguenta mais o time do Temer”.

Orlando Silva lembrou que essa é a segunda vez que a sede da UNE é transferida simbolicamente. “A primeira vez foi em 1961 na gestão de Aldo Arantes durante a campanha da legalidade liderada por Leonel Brizola em que diversos políticos e setores da sociedade defenderam a manutenção da ordem jurídica através da posse de João Goulart”.