Venezuela denuncia surgimento de máfias apoiadas pelos EUA

A Venezuela denunciará nessa quarta-feira (29) o surgimento de máfias destinadas a controlar a produção e venda do petróleo no país com o apoio dos Estados Unidos, para paralisar a principal indústria local e favorecer um golpe de Estado

campo petroleo Venezuela

O presidente Nicolás Maduro anunciou ontem que deu instruções ao vice-presidente da República, Tareck El Aissami, e ao ministro para a Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, para que difundam a partir de hoje as provas de como surgiram estas máfias no setor petroleiro local.

Durante um esperado encontro com diretores e trabalhadores da empresa Petróleos da Venezuela SA (Pdvsa), o presidente disse que Washington estava por trás do plano que tinha como objetivo paralisar a indústria petroleira nacional, com o fim de sabotar as entradas de divisas no país.

'Descobrimos na investigação vínculos diretos com a embaixada dos Estado Unidos na Venezuela para provocar um retrocesso na indústria petroleira e provocar o que eu chamo de uma paralisação silenciosa da indústria petroleira, que baixasse a produção de petróleo e que baixasse a refinação para que fossem paradas as refinarias', propôs.

As investigações puseram ao descoberto 'um desastre; estavam roubando petróleo diretamente, traziam barcos internacionais e os enchiam de petróleo ou produtos e cobravam em contas pessoais; umas verdadeiras máfias', disse.

O grau de corrupção chegou a tal ponto, indicou Maduro, que os envolvidos 'não só se dedicaram a roubar o país e a indústria petroleira, não só se dedicaram a maltratar a classe operária, como também passaram novamente a acreditar que eram donos da indústria petroleira e se esqueceram que o único dono da indústria petroleira se chama o povo nobre e soberano da Venezuela'.

O confronto a estes crimes que impressionam os venezuelanos foi divulgado pelo promotor geral Tarek William Saab, que foi designado pela Assembleia Nacional Constituinte, diante da negligência da ex-promotora Luisa Ortega Díaz, agora foragida da justiça.

Ontem o governante anunciou uma 'guinada' para recolocar a Pdvsa a serviço do desenvolvimento nacional depois de enfrentar as ações de máfias de corruptos descobertas pelo promotor William Saab.

Como parte da guinada na Pdvsa, o presidente Maduro designou recentemente Manuel Quevedo como ministro de Petróleo e presidente da Pdvsa e Ysmel Serrano como vice-presidente geral da Pdvsa, que terão como tarefa fundamental a transformação da indústria, junto com o Alto Comando Militar.