Reforma Trabalhista, ainda é tempo de resistir

Em novembro entra em vigor a Reforma Trabalhista. As consequências para a classe trabalhadora são enormes. Resultado de uma lei elaborada por empresários, a aprovação da nova legislação confirma o que dizem os movimentos sociais: o Brasil vive uma feroz luta de classes.

Por Márcio Kieller*

Campanha de assinaturas pela revogação da reforma trabalhista - APP/Sindicatos

O acirramento desta luta acontece em um momento em que o Brasil vivia seu ápice, quase atingindo o pleno emprego. A sociedade pedia o trabalho decente, lutando pela erradicação do trabalho análogo à escravidão e pedindo outros avanços trabalhistas. Contudo, em 2016, as elites empresariais e midiáticas aplicaram um novo golpe de Estado, com apoio parlamentar e alicerçado no Judiciário.

Como contrapartida, as elites exigiram a aprovação das reformas trabalhistas, das terceirizações, o enxugamento do Estado, o congelamento de gastos e dos investimentos sociais. Na ânsia de agradar estes setores, o governo ilegítimo de Temer foi ao limite de rever, inclusive, as regras de combate ao trabalho análogo à escravidão, antes modelo internacional.

Como forma de resistir à retirada de direitos, a 15ª Plenária/Congresso Extraordinário da CUT, em agosto, apontou como resistência uma campanha nacional para anular a reforma trabalhista. Para isso é necessário colher 1,3 milhão de assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) para ser encaminhado ao Congresso Nacional com o objetivo de anular a reforma.

Comitês estão sendo formados em todo o Brasil. A campanha acaba somente quando atingir o número suficiente de assinaturas. E você, trabalhadora e trabalhador, podem ajudar procurando seu sindicato para assinar o projeto, ou mesmo entrando no site da campanha: www.anulareforma.cut.org.br onde estão todas as orientações.

Trabalhadoras e trabalhadores contra a retirada de direitos, as terceirizações e a reforma trabalhista: ainda é tempo de resistir.

*Marcio Kieller é secretário-geral da CUT/PR e Mestre em Sociologia Política pela UFPR