Governador critica leilão da Cemig: "Hoje é um dia triste para Minas"

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o governador Fernando Pimentel criticou a venda de quatro usinas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pelo governo federal para cobrir o rombo do orçamento. Segundo o governador, o estado fez de tudo para permanecer com as usinas, mas não encontrou apoio do governo Michel Temer.

Governador Fernando Pimentel receberá ajuda de Dilma para resolver crise hídrica em MG.
- Foto: RafaB – Gabinete Digital/PR.

"É um dia triste para Minas Gerais. Usinas Hidrelétricas importantes que foram operadas pela Cemig durante esses 30 anos foram leiloadas pelo governo federal e agora passarão para o controle de empresas estrangeiras. Tentamos de todas as formas uma negociação com a União, que ermitisse que a Cemig continuasse operando essas usinas, mas infelizmente não encontramos espaço no governo federal", disse. 

Pimentel disse ainda que isso poderia ter sido evitado caso as gestões que o antecederam tivessem aderido à Medida Provisória 579/12, editada no governo Dilma Rousseff. A MP determinava que as concessões que venceriam entre 2015 e 2017 poderiam ser prorrogadas uma única vez por até 30 anos. Quem aderisse, teria de reduzir o custo da energia. O gernador do momento, Antônio Anastasia (PSDB), decidiu não aderir e as usinas foram então a leilão assim que as concessões venceram.

"Quero agradecer o empenho de todos que nos ajudaram neste processo, prefeitos, Assembleia Legislativa, uma parte importante da bancada federal. Todos que se empenharam para defender este patrimônio construído com o trabalho dos mineiros. O tempo dirá se a decisão do governo federal foi a mais correta para o País. Para Minas Gerais não foi", acrescentou Pimentel.

No leilão realizado pelo governo federal nesta quarta (27), a usina de São Simão foi arrematada pela chinesa SPIC Overseas; as de Jaguara e Miranda, pela franco-belga Engie; e a de Volta Grande, pela italiana Enel. As quatro usinas respondem pela metade da geração de energia da companhia.

A Cemig, controlada pelo Estado de Minas, vem travando uma luta na Justiça contra os leilões, sob o argumento de que teria direito contratual de renovação da concessão por mais 20 anos das três primeiras. O caso está no STF. 

O primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB-MG) também condenou, em nota, a postura do governo federal. “Estamos diante de um governo que só pensa nos bancos. Temos um ministro que só pensa em banco e como eles vão continuar a ganhar dinheiro. Isso é claramente visível pela adoção da política de elevadas taxas de juros que enriquece alguns e relega o povo à pobreza e ao desemprego. Ao não investir em infraestrutura o governo escolhe não empregar os brasileiros", afirmou o pemedebista.

“O governo ficou refém da equipe econômica, principalmente do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que, além de não ter cumprido com a sua palavra, no último instante, ontem, às 15h, fez exigência adicional: uma carta fiança específica para a usina de Miranda, uma demanda impossível de ser cumprida em um prazo tão exíguo”, completou Ramalho.