A luta dos argentinos contra o fortalecimento do neoliberalismo

Recentemente uma fábrica do grupo Pepsico foi fechada em Buenos Aires e os trabalhadores ficaram desamparados. Trata-se apenas de mais uma face da política neoliberal que domina o país desde a chegada de Mauricio Macri. Com direitos trabalhistas ameaçados, os empregadores não se sentiram na obrigação de manter as garantias necessárias aos trabalhadores.

Manifestação em Buenos Aires - Divulgação

Diante deste cenário, os operários que não aceitaram as indenizações após o encerramento da fábrica de Florida, em Buenos Aires, e voltaram a se mobilizar na capital argentina em defesa da recuperação das instalações fabris e dos postos de trabalho.

De acordo com o jornal argentino Página 12, a exigência é apoiada por diversas organizações e partidos políticos, que irão defender a iniciativa no Parlamento.

Estes operários, que reivindicam a recuperação dos seus postos de trabalho, são os que não aceitaram as indenizações e as demissões voluntários propostas pela empresa quando, em 20 de junho deste ano, decidiu fechar a fábrica em Vicente López e concentrar a produção numa outra que tinha em Mar del Plata.

O texto do projeto que os trabalhadores levaram ao Parlamento propõe que a fábrica que funcionou em Vicente López seja declarada “de utilidade pública”, para que depois seja expropriada e ali passe a funcionar uma cooperativa integrada pelos trabalhadores.

A iniciativa vai ser agora debatida no Congresso e, se lhe for dada luz verde, pode ser “uma via de solução para o conflito”, afirmaram os trabalhadores em comunicado.

“Somos os 150 trabalhadores que continuam a lutar pelos postos de trabalho”, disse à imprensa Alejandro Morelli, um dos operários despedidos pela multinacional norte-americana PepsiCo, que fabrica, comercializa e distribui bebidas e aperitivos.

Em 20 de junho, a multinacional decidiu fechar a fábrica de Florida, em Vicente López, na capital argentina. Apanhados de surpresa, os 600 operários que ali trabalhavam ocuparam as instalações da fábrica. Acabaram por ser despejados em 13 de julho, com grande violência, pelas forças policiais, que deram seguimento a uma ordem judicial para devolver as instalações à multinacional. Após este episódio, foram realizadas dezenas de manifestações.