Venezuela exige fim de falsos relatórios da ONU sobre situação do país

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, participou nesta segunda-feira (11) da 36ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra, na Suíça, e exigiu o fim das “agressões” contra seu país através de “falsos relatórios”.

Jorge Arreaza - Chancelaria da Venezuela

Arreaza refirmou que a defesa dos direitos humanos é exercida e seu país e condenou a agressão materializada contra a Venezuela no relatório apresentado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU que está cheio de “mentiras e ofensas”.

O chefe da delegação venezuelana neste 36º conselho criticou o Alto Comissariado dos Direitos Humanos pela “falta de objetividade”. “Lamentavelmente, a história recente está cheia de casos em que a utilização política seletiva e parcial é a estratégia usada por quem procura impor uma visão única do mundo”, disse Arreaza, que acusou o Alto Comissariado de ser “um órgão politizado que mente”, e de lançar acusações “sem fundamento” e “sem qualquer rigor metodológico” no relatório que elaborou sobre a Venezuela.

“É claro o exemplo da utilização dos direitos humanos como arma política com fins de dominação”, disse ainda Arreaza sobre as “acusações não fundamentadas” contra a Venezuela no que diz respeito aos direitos humanos, e que, na sua perspectiva, se enquadram na ofensiva lançada pelos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro.

A intervenção do ministro venezuelano seguiu-se à que, poucos minutos antes, fora realizada pelo alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, no decorrer da qual afirmou que, no país sul-americano, “podem ter sido cometidos crimes contra a Humanidade, que só uma subsequente investigação criminal pode confirmar”.

Situação na Venezuela

Sobre a situação atual e recente na Venezuela, Arreaza recordou as garantias de proteção social que o país oferece e que se refletem nos seus índices de saúde, habitação, educação e pensões, ao mesmo tempo que recordou a “escalada de violência promovida, durante quatro meses, pela oposição, com um saldo de 121 vítimas fatais, milhares de feridos e milhões de dólares em danos materiais e patrimoniais”.

Diante deste cenário, denunciou o recurso, por parte da extrema-direita venezuelana, a crianças nas manifestações, assim como os crimes de ódio, evidenciados no número de pessoas queimadas vivas “pela cor da pele, a origem social ou opção política”.

No entanto, desde a eleição da Assembleia Nacional Constituinte, realizada no dia 30 de julho, a paz voltou ao país, destacou o diplomata. Embora ainda pese a “agressão multiforme a que a economia da pátria de Bolívar tem sido submetida nos últimos anos, para destruir a paz”, denunciou.

Arreaza afirmou ainda que a desestabilização interna e externa contra as instituições do país não impediram que, nos últimos 18 anos, tenha havido 22 processos eleitorais, dos quais a oposição venceu apenas dois. “A democracia tornou-se um exercício quotidiano”, disse.