Quênia repete eleições presidenciais em outubro

O Quênia irá repetir suas eleições presidenciais no dia 17 de outubro, anunciou nesta segunda-feira (04) a Comissão Eleitoral do país. As eleições realizadas em 8 de agosto, nas quais o presidente do país, Uhuru Kenyatta, venceu, foram canceladas na última sexta-feira (01) pela Suprema Corte após detectar irregularidades no processo.

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 Segundo um comunicado enviado pela autoridade eleitoral, os únicos candidatos que poderão concorrer nesta nova votação será o atual presidente e o líder da oposição, Raila Odinga, cuja coalizão, Super Aliança Nacional (NASA), apresentou o recurso que motivou a anulação judicial.

Neste sentido, a Comissão pediu ao Supremo que emita o mais rápido possível sua resolução completa sobre o caso para detectar com precisão a origem do problema e tratar de arrumar uma solução.

Na sexta-feira, após uma semana de vista pública para escutar as partes do processo, o Tribunal apresentou sua decisão na qual responsabiliza a Comissão Eleitoral pelas irregularidades e conclui que "a declaração de Uhuru Kenyatta como presidente eleito não foi válida".

Seguindo o estabelecido pela Constituição queniana, ordenou a convocação de novas eleições em um prazo inferior a 60 dias.

A decisão do Supremo levou em conta denúncia apresentada pelo NASA, partido de Odinga, dias após as eleições. Segundo a organização, os resultados eleitorais foram manipulados mediante um ataque informático aos servidores da Comissão Eleitoral.

Para a realização do ataque foi utilizada a identidade do chefe de telecomunicações da Comissão, assassinado dez dias antes do pleito e foi introduzido um algoritmo nos servidores para gerar uma vantagem constante de cerca de 11 pontos a favor de Kenyatta.

As eleições foram avaliadas por todas as missões internacionais de observação, incluídas as da União Europeia e a liderada pelo ex-secretário de Estado dos EUA John Kerry, que disse que a Comissão tinha desdobrado um processo transparente de voto, transmissão e contagem que dava "confiança nos resultados".

O ainda presidente da nação reagiu à resolução judicial com respeito, mas expressou seu profundo desacordo. "Seis juízes decidiram ir contra a vontade do povo", disse o governante em uma mensagem à nação, na qual também pediu "paz" aos cidadãos.